10/01/2013

História e arte em cartaz

A riqueza cultural da civilização egípcia e do Modernismo Brasileiro são temas de exposições na Unifor
Arte e história são dois elementos presentes nas exposições que estão em cartaz no Espaço Cultural Unifor. Até o próximo dia 20, o público geral e a comunidade acadêmica podem apreciar a beleza e se enriquecer com o conteúdo das mostras "Guerra e Paz, de Portinari (estudos)", "O Egito sob o olhar de Napoleão, na Coleção Itaú" e "Acervo da Fundação Edson Queiroz". Trinta e cinco mil pessoas já visitaram o espaço desde a abertura da exposições, em 25 de outubro do ano passado.

Estudantes visitam a mostra interativa sobre o Egito

Portinari

Uma das mais aguardadas desde o início das negociações, a exposição "Guerra e Paz, de Portinari", reúne cerca de 50 estudos preparatórios (entre desenhos e maquetes), realizados pelo gênio modernista Candido Portinari (1903 - 1962), no processo de criação dos painéis "Guerra" e "Paz" (1956), além de documentos, fotografias, recortes de jornal dos anos 1950 e vídeos.

Os estudos foram realizados entre 1952 e 1956, quando o artista trabalhou nas obras, encomendadas pelo governo brasileiro para presentear a Organização das Nações Unidas. As obras ficam em exposição permanente, na sede da ONU, em Nova York, nos Estados Unidos.

Estudo de Portinari 

Egito

Já "O Egito sob o olhar de Napoleão, na Coleção Itaú" traz ao público 35 peças históricas, entre livros e gravuras raras, divididas nos temas Cartografia, Religião, Arquitetura, Egito Moderno e História Natural. Desses, 21 fazem parte da coleção "Description de l´Egypte", publicada em Paris entre 1809 e 1822, que descreve a expedição científica e militar liderada por Napoleão Bonaparte, no fim do século XVIII, durante a qual ele tomou as cidades de Alexandria e Cairo.

Além do exército de 55 mil soldados, Bonaparte levou ao Egito uma comissão formada por 167 estudiosos - entre químicos, engenheiros, impressores, geógrafos, cartógrafos, zoólogos, linguistas e outros especialistas, com o objetivo de explorar, descrever e documentar aspectos diversos daquele país do Oriente.

Muitos deles eram integrantes do Instituto da França, dentre eles o zoólogo Étienne Geoffroy Saint-Hilaire (1772 - 1844) e o artista Dominique-Vivant Denon (1747 - 1825). "Description de l´Egypte" é reconhecida como o mais importante estudo erudito europeu do Egito antigo e moderno.

Acervo

Para a exposição, foram selecionados 13 volumes da coleção, mais um dos exemplares produzidos por Dominique-Vivant Denon. Os livros são acompanhados de 14 reproduções fotográficas das matrizes de cobre pertencentes ao Museu do Louvre, na França. Há ainda uma cronologia dos principais eventos da campanha napoleônica, com 14 telas interativas. Ambas as exposições são inéditas no Nordeste: a primeira passou por São Paulo e Brasília; a segunda, pelo Rio de Janeiro e São Paulo.

Já "Acervo da Fundação Edson Queiroz" reúne parte significativa das obras pertencentes à instituição. São 52 peças raras, entre pinturas, gravuras e esculturas, criadas por 28 dos mais representativos nomes da arte brasileira do século XX. Estão lá, por exemplo, os principais artistas da primeira geração modernista, como Portinari, Di Cavalcanti (1897 - 1976), Lasar Segall (1891 - 1957), Tarsila do Amaral (1896 - 1973) e Anita Malfatti (1889 - 1964). Há ainda obras de pintores e escultores que se destacaram na geração seguinte, caso do pintor cearense Antonio Bandeira (1922 - 1967).

Quadro de Di Cavalcanti, do acervo da Fundação Edison Queiroz

Valorização

"Trata-se de uma oportunidade de ver três grandes exposições no mesmo espaço, que abordam assuntos distintos, mas igualmente interessantes para quem gosta de arte, de arquitetura, de filosofia, entre outras áreas", ressalta o vice-reitor de extensão e comunidade universitária da Unifor, Randal Martins Pompeu, que frisa ainda a data de encerramento das exibições. "Convidamos toda a população e os visitantes de Fortaleza para aproveitar essa programação".

Parte importante do público visitante das três exposições é composta por alunos de escolas públicas do município, que têm a oportunidade de conhecer os acervos exibidos por meio do Projeto Arte Educação. "Temos um ônibus que garante o transporte das turmas, bem como monitores para realizar visitas guiadas. As crianças vêm, visitam as exposições, participam de uma atividade lúdica, fazem um lanche e depois retornam à escola", explica Randal Pompeu.

Segundo o vice-reitor, a Fundação entende que arte e cultura são aspectos que fazem parte da formação do cidadão, por isso o investimento em projetos como o de Arte Educação e no próprio Espaço Cultural - reinaugurado em 2004, após passar por reforma que lhe garantiu todas as condições técnicas para receber grandes exposições, principalmente de luminosidade, controle de temperatura e acessibilidade.

Por conta da alta temporada, entre os visitantes das exposições também há vários turistas. Uma delas é a corretora de imóveis Francy Garoni, de Belém (PA), que na última terça-feita visitava a exposição "Guerra e Paz, de Portinari (estudos)", acompanhada de um amigo de Fortaleza.

"Fiquei sabendo da exposição por uma amiga que viu no jornal. Estou achando excelente, é a primeira vez que visito uma mostra relacionada a Portinari", comentou.

"É interessante porque podemos conhecer melhor o processo de criação do artista. No caso de Portinari, notamos o cuidado com cada etapa, os estudos anteriores no papel. Nem sempre é possível perceber isso diante da obra pronta", complementou a turista paraense.

SAIBA MAIS

Guerra e Paz, de Portinari (estudos) - Até 20 de janeiro no Espaço Cultural Unifor. A mostra é composta por cerca de 50 trabalhos de Candido Portinari, estudos para os painéis "Guerra" e "Paz"

Acervo da Fundação Edson Queiroz - Até 20 de janeiro, no Espaço Cultural Unifor. Primeira mostra do acervo da Fundação Edson Queiroz, reunindo obras de expoentes de todas as gerações da arte moderna brasileira

O Egito sob o olhar de Napoleão - Até 20 de janeiro, no Espaço Cultural Unifor. A história do Egito contada ´por meio de recursos multimídia e 35 peças, com registros cartográficos, arquitetônicos e etnográficos da Joia do Nilo

Espaço Cultural Unifor - Aberto ao público, de terça a sexta, de 8h às 18h; sábados e domingos, de 8h às 18h. Av. Washington Soares, 1321, Edson Queiroz. Contato: (85) 3477.3319 


Diário do Nordeste

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