14/01/2013

Igreja desafiada a pensar as migrações


FÁTIMA
Encontro

Texto Francisco Pedro | Foto DR | 14/01/2013 | 07:47
Animadores sociopastorais convidam a Conferência Episcopal Portuguesa a elaborar um documento de referência sobre o pensamento da Igreja em relação à mobilidade humana, numa altura em que Portugal vive um novo surto de emigração
IMAGEM
Após duas décadas a receber imigrantes, o nosso país enfrenta agora uma inversão na mobilidade humana, com o aumento do número de portugueses que procura trabalho além-fronteiras. Para fazer face aos efeitos deste novo período de grande emigração, os agentes sociopastorais das migrações pedem à Igreja que dê a conhecer o seu pensamento sobre o tema, que seja reforçado o apoio pastoral às comunidades lusitanas e melhorada a informação sobre os passos que devem ser dados antes da partida para o estrangeiro. 

Reunidos em Fátima este fim de semana, os responsáveis dizem que já há quem volte a emigrar «a salto» ou sem informações seguras acerca do que encontra no país de destino, o que exige «mais atenção e acompanhamento, novos esforços de divulgação e mais articulação entre instituições públicas e civis, tanto nos países de partida como de chegada». Mesmo «desamparados na sua terra», os portugueses não podem cair em situações de «desgraça em terra alheia», salientam. 

Nas conclusões do encontro, subordinado ao tema ‘Entre o direito a emigrar e a não emigrar', é referida a necessidade de «uma reflexão desapaixonada sobre as migrações», que permita delinear «uma ação social e pastoral de acordo com um plano que tenha em conta a realidade de cada contexto social». E proposta à Conferência Episcopal Portuguesa a elaboração de um documento sobre o pensamento da Igreja em matéria de mobilidade humana. 

Cientes da importância do acolhimento para evangelizar e proporcionar dignidade de vida a quem emigra, os participantes pedem ainda à Igreja Católica que envie sacerdotes ou líderes de comunidades para trabalharem nas missões católicas das comunidades portuguesas. O encontro foi promovido pela Obra Católica Portuguesa de Migrações, em parceria com a Cáritas Portuguesa e agência Ecclesia.

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