10/01/2013

Movimentos sociais têm pouca influência nas redes digitais

Dirceu Benincá - Assessoria de Comunicação Curso de Verão
"Os movimentos sociais e as igrejas cristãs ainda têm uma influência muito pequena nas redes sociais digitais. Se quiserem realmente promover uma mudança para um mundo mais justo e fraterno, precisam se apropriar mais dessas ferramentas". A afirmação é de André Bordignon, professor da PUC/Campinas e presidente do Comitê para a Democratização da Informática, que participou hoje (10) de uma das seis mesas de debate no Curso de Verão, na PUC/SP.
Para André, a internet é uma das ferramentas mais democráticas que o ser humano já inventou. "Ao longo de séculos, as mentes foram influenciadas por pouquíssimas cabeças. Com a internet, temos a possibilidade de aumentar esse escopo de comunicação e articulação. Avançamos bastante, mas ainda somos reféns de um monopólio de comunicação da grande imprensa", afirma. Todos os dias recebemos uma avalanche de informações vindas das mesmas fontes. Porém, a internet permite agora contrapormos aquilo que está sendo divulgado nesses grandes veículos de comunicação.
Tratando da mudança da realidade social por meio das redes digitais, o professor declarou que nos últimos anos o índice de audiência dos canais de televisão aberta vem caindo. Segundo ele, isso se deve ao fato de que muitos estão migrando para a internet, já que ela oferece inúmeras opções. Esse é um dos exemplos de que as redes sociais digitais estão redefinindo a realidade das pessoas.
De acordo com padre Severino Leite Diniz, do Assentamento Reunidas, em Promissão, no interior de São Paulo, os assentados ainda estão se alfabetizando nos meios digitais. Ele explica que no assentamento existem 8 agrovilas e em todas elas a prefeitura instalou uma torre para captar o sinal. Assim, todos conseguem se comunicar pelo celular e minimamente acessam os e-mails.
"O nosso povo ainda não percebeu o alcance e o poder das redes digitais para a mobilização social. Estamos ainda engatinhando nesse aspecto", afirma Severino. Ele entende ser preciso estimular o uso desses meios a fim de quebrar barreiras e monopólios e ampliar a democracia. Acredita que as redes digitais podem ser úteis e muito importantes para fazer denúncias de injustiças sociais, fortalecer as mobilizações e combater os abusos de poder.
Fonte: www.ceseep.org.br

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