08/01/2013

Nas mãos dos timorenses


MUNDO
Missão termina mandato
Texto Miguel Marujo | Foto Lusa | 08/01/2013 | 09:20
A missão da ONU deixou Timor-Leste no último dia do ano de 2012. O Paquistão foi um dos países que mais contribuíram para o contingente da polícia, desde a criação da missão em 2006. Seis anos depois, os timorenses assumem as suas responsabilidades
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Era setembro de 1999 e Timor-Leste vivia em convulsão depois do seu último espasmo de violência, recorda a ONU numa reportagem especial que assinala a saída da missão de paz do país. “Agora”, como avisa Finn Reske-Nielsen, “os timorenses ficam muito mais ao comando ​​e nós vamos tornando-nos mais periféricos”. “E é assim que deve ser.”

Há pouco mais de 23 anos, Díli, a capital, estava em chamas. Havia milícias pró-indonésias, que provocavam tumultos por todo o lado, depois da população ter votado esmagadoramente pela independência numa consulta popular organizada pelas Nações Unidas. Tentava condicionar pela violência o que as urnas tinham desvelado: a vontade da independência. Como nota o centro de informações da ONU, “os despojos amargos de uma ocupação indonésia de 24 anos tinha finalmente empurrado a pequena ilha para o abismo”.

“Parecia uma zona de guerra”, recorda ainda Finn Reske-Nielsen, representante interino especial do secretário-geral e atual responsável da Missão Integrada das Nações Unidas em Timor-Leste (UNMIT).

Reske-Nielsen chegou a Timor com a Administração Transitória das Nações Unidas em Timor-Leste (UNTAET) – a missão da ONU que agora terminou e que teve um mandato amplo projetado para ajudar na transição do território para a independência, enquanto que as cinzas de casas incendiadas pelo país iam se extinguindo.

Essa destruição forçou cerca de 500 mil timorenses, de uma população de 890 mil, a deixarem as suas casas. Abundavam então relatos do que o Conselho de Segurança da ONU descreveu como “violações sistemáticas, generalizadas e flagrantes” da lei internacional humanitária e dos direitos humanos.

“Não havia absolutamente nada lá. Não havia água, não havia eletricidade. Não havia comida.” Reske-Nielsen agora sai de um país diferente. De 1999 a 2013 muito mudou. Mas a comunidade internacional continuará atenta ao futuro de Timor-Leste.

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