09/01/2013

Tu És o Meu Filho Amado!


Dom Sergio da Rocha*

Estamos concluindo, neste domingo, o Tempo do Natal, com a celebração da Festa do Batismo do Senhor. Expressemos nosso louvor a Deus pelo Batismo do Senhor e, de modo especial, pela graça do Batismo que nós recebemos. Agradeçamos a Deus pelos que nos proporcionaram o Batismo: o padre ou ministro que nos batizou, os pais e os padrinhos que nos conduziram à Igreja. Neste Ano da Fé, procuremos renovar a vida batismal, crescendo na fé em Cristo, na participação na Igreja e no testemunho cotidiano da fé. Valorizar o Batismo implica também em ajudar outros irmãos ainda não-batizados a acolherem a graça do Batismo, testemunhando-lhes a beleza e o vigor da fé batismal. De modo especial, procuremos motivar os pais a batizarem seus filhos.

O Evangelho segundo São Lucas, hoje proclamado, narra o fato que motiva esta festa litúrgica. Na narrativa, destaca-se, primeiramente, o testemunho de João. Diante daqueles que pensavam ser ele o Messias, com humildade, ele reconhece a grandeza do Messias e anuncia um novo e definitivo Batismo.

No episódio do Batismo do Senhor, revela-se a identidade de Jesus, como Filho de Deus Salvador, o Messias-Servo, através de três aspectos: 1º - “o céu se abriu” (Lc 3.21); 2º - “o Espírito Santo desceu sobre Jesus em forma visível, como pomba” (Lc 3,22); 3º - “ do céu veio uma voz: “Tu és o meu Filho amado, em ti ponho o meu benquerer” (Lc 3,22). Portanto, trata-se de um testemunho muito maior do que o de João a respeito de Jesus: a manifestação do Espírito e a voz do Pai. Em Jesus Cristo, se cumpre plenamente a profecia de Isaías sobre o “Servo” eleito e amado por Deus, no qual repousa o Espírito. Meditamos, hoje, o primeiro dentre os quatro cânticos de Isaías a respeito do Servo de Javé e de sua missão. O que Isaías anuncia, aplica-se a Jesus, segundo o relato do Evangelho: “Eis o meu servo – eu o recebo; eis o meu eleito – nele se compraz minha alma; pus meu espírito sobre ele” (Is 42,1).

No nosso Batismo, o amor do Pai também se faz sentir, acolhendo a cada um de nós como seu “filho amado”. O Batismo cristão é oferecido a todos e não apenas ao povo da Antiga Aliança. O apóstolo Pedro reconhece que “Deus não faz distinção entre as pessoas” (At 10,34). Recentemente, ao celebrar a solenidade da Epifania do Senhor, meditamos sobre a universalidade da salvação, oferecida a todos, em Jesus nascido em Belém. Os discípulos de Cristo devem testemunhar o amor de Deus a todos, especialmente, aos mais sofredores, a exemplo de Jesus de Nazaré, cuja missão encontra-se resumida na seguinte frase de S. Pedro: “Ele andou por toda a parte, fazendo o bem” (At 10,38).

*Arcebispo Metropolitano de Brasília

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