Padre Geovane saraiva*
Padre Manfredo Oliveira, cearense de
Limoeiro do Norte, grande figura humana e um dos maiores filósofos da atualidade,
na sua mente dadivosa, foi extremamente feliz, ao afirmar que Dom Helder não
cabia dentro da Igreja.
Certamente ele queria enaltecer sua força
imaginadora, talentos, sensibilidade e a inteligência privilegiada do pastor
dos empobrecidos, que com habilidade soube perceber todas as novidades e
desafios do século XX e colocá-los no seu coração, procurando dar-lhes uma
resposta, indo ao encontro da criatura humana, com sua dignidade, imagem e
semelhança de Deus.
Dizia Dom Helder: "Tenho pena,
Senhor, dos sem abrigo, e mais pena ainda dos instalados, dos enraizados, que
fizeram da Terra morada permanente".
Dom Helder, pastor da paz e da
ternura, sentia-se honrado quando seus inimigos o acusavam de utópico e
sonhador, porque se aproximava do “cavaleiro andante”. Dom Helder dizia-lhes:
“Comparar-me a Dom Quixote, está longe de ser uma nota depreciativa” e
acrescentava: “Ai do mundo se não fosse a utopia, ai do mundo se não fossem os
sonhadores”.
"Mesmo que a maior angústia te
visite e acompanhe, não te deixes que ela reflita em teu rosto. O mundo agitado
e triste precisa que leves contigo tua paz e tua alegria". "Feliz de
quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".
"Feliz de quem atravessa a vida tendo mil razões para viver"
(Pensamentos de Dom Helder).
*Padre da Arquidiocese de
Fortaleza, Escritor, Membro da Academia de Letras dos Municípios do Estado
Ceará (ALMECE), da Academia Metropolitana de Letras de Fortaleza e
vice-presidente da Previdência Sacerdotal.
Pároco de Santo Afonso
Autor
dos livros:
“O
peregrino da Paz” e “Nascido Para as Coisas Maiores” (centenário de Dom Helder
Câmara);
“A
Ternura de um Pastor” - 2ª Edição (homenagem ao Cardeal Lorscheider);
“A
Esperança Tem Nome” (espiritualidade e compromisso);
"Dom
Helder: sonhos e utopias" (o pastor dos empobrecidos).
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