01/03/2013

Epidemia de sarampo ameaça no Congo


Uma doença «tão fácil de prevenir» e contra a qual existe uma vacina «muito eficaz e barata que protege com uma só dose», está a pôr em causa a saúde de dezenas de milhares de crianças no norte da República Democrática do Congo (RDC), por falta de recursos, alertou a associação humanitária Médicos sem Fronteiras (MSF). Se não forem tomadas medidas urgentes, a epidemia de sarampo pode disseminar-se noutros países, e os efeitos podem ser «devastadores».

O sarampo provoca complicações nos pacientes e a taxa de mortalidade por chegar aos 25 por cento. Desde março do ano passado, as equipas da MSF trataram mais de 18500 pacientes e vacinaram mais de 440 mil crianças. Mas são ainda muitos os que precisam de ajuda. «Vemos muitas sepulturas pequenas, recentemente escavadas, ao longo dos caminhos», explicou a médica Nathalie Gielen à Europa Press. 

Segundo Amaury Grégoire, da MSF, a situação atual resulta da evolução de uma epidemia que tem afetado todo o país, desde 2010, e que é particularmente mortal entre os menores de cinco anos. «É inaceitável que alguém morra de sarampo no século XXI», lamentou Gregóire, sublinhando que muitas das unidades de saúde da RDC «são pouco operacionais, têm falta de medicamentos e de pessoal qualificado». 

Acresce a tudo isto a dificuldade de acesso a grande parte dos centros de saúde e a fragilidade da rede de frio, fundamental para assegurar a eficácia da vacina. Alguns moradores necessitam, por isso, de caminhar dezenas de quilômetros a pé, para assegurarem os cuidados médicos aos seus filhos.


Fátima Missionária

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