22/03/2013

Papa reforça compromisso em favor dos mais pobres e alerta para riscos do «relativismo»

O Papa Francisco encontrou-se hoje no Vaticano com os membros do corpo diplomático acreditado na Santa Sé e renovou o seu compromisso em favor dos mais necessitados, incluindo os que sofrem a “pobreza espiritual”.
“Lutar contra a pobreza, tanto material como espiritual, edificar a paz e construir pontes: estes são como que os pontos de referência para um caminho que devemos percorrer, desejando convidar cada um dos países que representais a tomar parte nele”, assinalou, numa reunião que visou assinalar o início do pontificado do Papa argentino, eleito no último dia 13.
Segundo Francisco, há uma pobreza espiritual que “afeta gravemente também os países considerados mais ricos”.
“É aquilo que o meu predecessor, o amado e venerado Bento XVI, chama a ‘ditadura do relativismo’, que deixa cada um como medida de si mesmo, colocando em perigo a convivência entre os homens”, observou.
Num encontro que classificou como o abraço do “Papa ao mundo”, o novo líder da Igreja Católica recordou a figura de São Francisco de Assis (c. 1181-1226), que o inspirou na escolha do nome para o pontificado, como um homem de paz, realidade que exige “verdade”.
“Não pode haver verdadeira paz se cada um é a medida de si mesmo, se cada um pode reivindicar sempre e só os seus próprios direitos, sem se importar ao mesmo tempo com o bem dos outros, o bem de todos, a começar pela natureza comum a todos os seres humanos nesta terra”, alertou.
O santo de Assis, acrescentou o Papa, é conhecido "mesmo além das fronteiras da Itália e da Europa, inclusive entre os que não professam a fé católica” e recordado por causa do seu amor pelos pobres.
“Penso que podereis constatar, em muitos dos vossos países, a obra generosa dos cristãos que se empenham na ajuda aos doentes, aos órfãos, aos sem-abrigo e a quantos são marginalizados, e deste modo trabalham para construir sociedades mais humanas e mais justas”, sublinhou Francisco.
O discurso papal lembrou os “tantos pobres no mundo” e o seu sofrimento, para destacar que a exemplo de São Francisco, “a Igreja tem procurado, sempre e em todos os cantos da terra, cuidar e defender quem experimenta a indigência”.

O primeiro Papa do continente americano convidou os presentes a um caminho comum, “que será difícil”, se não houver respeito pelo meio ambiente.
“Também neste caso me serve de inspiração o nome de Francisco: ele ensina-nos um respeito profundo por toda a criação, ensina-nos a guardar este nosso meio ambiente, que muitas vezes não usamos para o bem, mas desfrutamos com avidez”, declarou.
O embaixador do Mónaco, Jean-Claude Michel, deixou uma saudação a Francisco, em nome dos diplomatas presentes.
O Papa falou em relações “profícuas” entre a Santa Sé e os vários Estados representados no encontro, “uma ocasião de bem para a humanidade”.
“Na realidade, por vosso intermédio, encontro os vossos povos e deste modo posso, em certa medida, alcançar cada um dos vossos concidadãos com suas alegrias, dramas, expectativas e desejos”, disse.
Francisco desejou que seja possível “iniciar um caminho com os poucos países que ainda não têm relações diplomáticas com a Santa Sé”, alguns dos quais representados na missa de início do seu ministério, esta terça-feira, no Vaticano.
OC
Agência Ecclesia

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