No Antigo Testamento podemos ver que a misericórdia de Deus tem, por assim dizer, duas qualidades: A compaixão de Deus para com as suas criaturas, especialmente para com as mais miseráveis; e a fidelidade de Deus às promessas que ele fez ao seu povo. A primeira, a compaixão, é um apego instintivo dum ser ao outro, apego este que se explica bem com o apego das entranhas duma mãe ao seu filhinho. Por outras palavras, a compaixão é a atração-ternura total que mora no coração (nas «entranhas») duma mãe e que ela sente pelo seu filhinho.
Quanto à segunda, a fidelidade de Deus, significa a piedade do Senhor para com o seu povo, piedade esta que faz com que Deus seja fiel às suas promessas ao seu povo numa bondade consciente, voluntária, intencional. Destas duas ‘qualidades’ divinas, nasce o perdão de Deus ao pecador, por quem Jesus Cristo deu a sua vida na sua paixão e na cruz, para a retomar gloriosa, essa vida, na sua ressurreição.
No Novo Testamento vemos tantas vezes como Deus, em Jesus Cristo, sente compaixão pelos miseráveis, por aqueles que não se podem defender sozinhos, os anônimos que não têm influência nenhuma nas decisões da sociedade. Tudo isto como uma mãe que não só sente ternura para com o fruto das suas entranhas, mas que é sempre fiel a este sentimento, mesmo quando tem de repreender o seu filho/a.
Olhando para a situação dos indivíduos e das nações da humanidade, vemos que infelizmente estes sentimentos parecem não se traduzir, muitas vezes, em ações que aliviam as penas dos que sofrem. Mas nunca podemos generalizar, pois há muita gente que é mesmo capaz de se expor a grandes sacrifícios para ajudar os mais desprotegidos: são gente que se mantem atenta às inspirações que traz o Espírito Santo às suas consciências.
Fátima Missionária
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