24/05/2013

Arquitetos e ambientalistas apresentam alternativas para Ponte Estaiada durante audiência na AL


Audiência foi realizada na Assembleia Legislativa e reuniu deputados, representantes do governo, arquitetos e ambientalistas.
Audiência foi realizada na Assembleia Legislativa e reuniu deputados, representantes do governo, arquitetos e ambientalistas.
Representantes dos movimentos sociais de defesa do Parque do Cocó, arquitetos urbanistas, ambientalistas e representantes da Prefeitura de Fortaleza e do Governo do Estado discutiram, na tarde de sexta-feira (17/05), na Assembleia Legislativa, os impactos da construção da ponte estaiada sobre o rio Cocó, em Fortaleza. A audiência pública atendeu a um requerimento da deputada Eliane Novais (PSB) que defendeu um amplo e exaustivo debate sobre a obra.
A Ponte
O coordenador de Planejamento da Secretaria de Infraestrutura (Seinfra), Josino Pontes, apresentou o projeto de construção da ponte, que inclui ainda um mirante e acessos rodoviários, e tem como objetivo desafogar o fluxo de veículos nas avenidas Sebastião de Abreu, alimentada pelas avenidas Antônio Sales, Padre Antônio Tomás e Santos Dumont, em direção à Washington Soares. Segundo o coordenador, a obra está orçada em R$ 338 milhões, em uma parceria público-privada, com contrapartida de R$ 80 milhões do Governo do Estado, e tem prazo de execução para 16 meses.
De olho no impacto
Foto do Diário do Nordeste
A deputada Eliane Novais disse concordar com os investimentos de obras físicas que ajudem a mobilidade urbana da cidade, mas destacou alguns pontos que precisam ser priorizados antes de obras como esta. “As soluções mais eficientes para enfrentar os gargalos encontrados na cidade passam por investimentos em transportes coletivos de qualidade, pelo incentivo ao uso de bicicletas, e não por alternativas que priorizem somente os carros”, ressaltou a socialista. Ainda para Eliane, tanto o Parque do Cocó quanto o rio Cocó têm sido alvos de graves e constantes agressões, e “é preciso medir cuidadosamente o impacto ambiental das obras e se estes são reversíveis do ponto de vista do equilíbrio ecológico”.
Alternativas
O professor da UFC e arquiteto urbanista José Sales criticou o projeto e apresentou estudos feitos na Universidade em 2003 que apontavam outras possibilidades de construção de pontes sobre o Rio Cocó que teriam impactos mais positivos do ponto de vista da mobilidade urbana. Já o professor do departamento de Engenharia de Trânsito da UFC, Antônio Paulo de Holanda, apresentou – a partir de um estudo feito sobre a malha viária de Fortaleza – uma simulação de cenário com a construção da ponte.
Segundo ele, dentro do sistema viário atual, a ponte não traria mudanças no fluxo de trânsito dos bairros onde há mais congestionamentos. Ele defendeu o investimento na construção de vias alternativas que possibilitem o tráfego de veículos (especialmente ônibus) fora das áreas de congestionamento.
Antônio Sérgio, representante do Movimento Frente Ecológica em Defesa do Cocó, apresentou as espécies da flora das áreas de dunas e manguezal do Parque que serão afetadas com a construção da ponte. Por fim, o presidente do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB-Ceará), Odilio Almeida, defendeu investimentos em ciclovias e no transporte coletivo a partir de um amplo planejamento urbano feito em conjunto com a comunidade técnico científica.
E ainda
Ao final da audiência, a deputada Eliane Novais defendeu a regulamentação definitiva do Parque do Cocó e cobrou do Governo do Estado o diálogo com a sociedade civil para estudar coletivamente a viabilidade de alternativas em relação à ponte estaiada.
Com informações da assessoria e da AL

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