Nova York (RV) – Garantir a todos o acesso à água não representa só uma “necessidade evidente, mas é também um imperativo moral”: foi o que reafirmou o Arcebispo Francis Chullikat, Observador permanente da Santa Sé junto às Nações Unidas em Nova York, em dois pronunciamentos no Grupo de trabalho sobre os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, fixados pela ONU, a serem alcançados até 2015.
Registram-se mais vítimas por fome e desnutrição todos os anos do que por doenças como AIDS, malária e tuberculose juntas. “Quase um bilhão de seres humanos, nossos irmãos vão dormir todas as noites com fome”. Um “escândalo”, denunciou o Arcebispo Chullikat, apontando o dedo contra “uma crise moral e humanitária”, agravada por políticas e práticas financeiras especulativas sobre os alimentos, por conflitos armados, por recursos alimentares desperdiçados ou desviados do consumo para a produção de energia, e da incapacidade de dar acesso aos mercados aos produtores dos países em desenvolvimento.
É realmente um “espetáculo grotesco” - disse o representante do Vaticano - testemunhar a destruição de alimentos, a fim de manter os preços mais altos no mercado, antes de tudo, nos países desenvolvidos. Uma “prática desleal”, que privilegia o lucro sobre a pele das pessoas que morrem de fome. “Não é destruindo o sustento necessário para a sobrevivência dos pobres - alertou o bispo - que podemos imaginar construir um mundo mais próspero e rico”. (SP)
Rádio Vaticano
Nenhum comentário :
Postar um comentário