25/05/2013

Marcha das Vadias mobiliza mulheres em várias cidades neste fim de semana

Tatiana Félix
Jornalista da Adital
Adital
Alice Correa | Raquel PinheiroCom lemas como "O meu corpo é MEU! Nem da Igreja, nem da Copa, muito menos seu!” e "Quebre o silêncio”, a Marcha das Vadias acontece pela terceira vez em várias cidades do Brasil neste final de semana. Seguindo o exemplo do Canadá, onde a marcha surgiu em 2011, mulheres saem às ruas para pedir respeito e o fim da violência contra elas, em busca de um mundo livre de todas as formas de opressão.
Levantando questionamentos como "A palavra vadia te assusta? E a violência contra a mulher?" e "Se lutar por liberdade significa ser vadia, então somos vadias”, o evento tem o objetivo também de desconstruir a ideia de que a mulher é a culpada pelas agressões e violências que sofre. "A culpa da agressão é do agressor”, ressaltam.
Como é livre, cada cidade escolhe sua data e organiza a Marcha conforme suas especificidades. Em Fortaleza (Ceará), a Marcha das Vadias já mobilizou feministas na tarde desta sexta-feira (24), mas será no sábado (25) a maior concentração de marchas pelo país, quando as mulheres invadirão as ruas de Aracaju (Sergipe), Belo Horizonte (Minas Gerais), Florianópolis (Santa Catarina), São Paulo, São Carlos e Sorocaba (São Paulo), Recife (Pernambuco) e Rio das Ostras (Rio de Janeiro).
Em São Paulo (SP), a Marcha das Vadias sairá da rua Augusta, no Centro, e seguirá até a Praça Roosevelt. A concentração começa ao meio-dia na praça do Ciclista, na avenida Paulista. Para alertar sobre a importância de denunciar a violência contra a mulher, as organizadoras do ato em SP distribuirão panfletos que explicam quais são os tipos de violência de gênero e orientam onde denunciar e como ter apoio.
Em seu evento publicado no facebook, ativistas de Aracaju (Sergipe) explicam que marcham "contra a cultura machista e patriarcal enraizada na sociedade sergipana que constrói, há décadas, homens ‘cabras-machos’. Cultura esta que reprime qualquer demonstração de emancipação feminina, na qual a mulher é vista como indivíduo nulo, reclusa ao ambiente doméstico, sem voz e sem expressão de si”.
Já em Recife (Pernambuco), onde a Marcha sairá, às 14h, da Praça do Derby, as feministas lembram que o estado é um dos campeões de violência contra a mulher no país, segundo dados do Mapa da Violência. Em seu manifesto elas criticam o uso da imagem da mulher na mídia como "mero objeto de prazer e consumo dos homens”, a inferiorização feminina no mercado de trabalho e defendem a luta contra a violência sexual, submissão, moralismo e machismo "que impede que a mulher seja livre”.
"No Brasil, marchamos porque aproximadamente 15 mil mulheres são estupradas por ano, e mesmo assim nossa sociedade acha graça quando um humorista faz piada sobre estupro, chegando ao cúmulo de dizer que homens que estupram mulheres feias não merecem cadeia, mas um abraço; marchamos porque aproximadamente 12 mulheres morrem por dia no Brasil vítimas de crimes de ódio, motivados pela não aceitação do fim de relacionamentos. Machismo mata, todos os dias!”, ressaltam.
Em Porto Alegre (Rio Grande do Sul), onde a Marcha das Vadias acontecerá no domingo (26), as ativistas protestam "contra a crença de que as mulheres que são vítimas de estupro são culpadas pela agressão, e tem como principal objetivo questionar a opressão de gênero, o machismo e a violência contra a mulher”.
Em junho e julho outras cidades realizarão a Marcha das Vadias. Para mais informações ou dúvidas sobre o evento, e para consultar o calendário de atividades, acesse:http://blogueirasfeministas.com/2013/05/respondendo-duvidas-sobre-marcha-das-vadias/ouhttp://www.marchadasvadias.org/

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