02/06/2013

Apoio a refugiados está no limite

MUNDO
Saúde dos deslocados em risco na Jordânia

Texto Juliana Batista | Foto ONU | 02/06/2013 | 07:27
Para que a Jordânia continue a abrigar refugiados sírios, como tem vindo a fazer até agora, é necessário, urgentemente, apoio internacional. No país, os campos de refugiados estão sobrelotados e as instalações sanitárias são insuficientes
IMAGEM
Aproximadamente meio milhão de sírios estão atualmente refugiados na Jordânia. Mais de 100 mil vivem no campo de Zaatari, situado no norte do país, a menos de 20 quilómetros da fronteira com a Síria. Até ao final do último mês, mil refugiados chegavam, todos os dias ao local, fazendo deste o maior campo de refugiados sírios da região.
«Até agora, o governo da Jordânia desenvolveu esforços significativos para abrigar os refugiados, mas a pressão causada pelo influxo massivo de refugiados resultou numa situação cada vez mais complicada», explicou Antoine Foucher, coordenador geral da organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) na Jordânia, em declarações aos serviços de comunicação da organização humanitária.
Segundo este responsável, as tensões são um problema constante dentro do campo de refugiados, o qual já excedeu a sua capacidade em demasia. Além disso, a entrada de refugiados no país está a afetar a comunidade da Jordânia, que está «saturada» pela chegada constante de deslocados, sobretudo na província do norte, onde a população duplicou em poucos meses.
«Neste momento não há uma solução sustentável para abrigar os refugiados, devido à ausência de um apoio financeiro de longo prazo», lamentou Antoine Foucher. «Sem vontade política e comprometimento financeiro dos países, há o risco de o governo da Jordânia recorrer a medidas drásticas: bloquear de forma permanente o acesso de refugiados ao país ou restringir o acesso a cuidados médicos em estruturas públicas, debilitando as já precárias condições de vida das centenas de milhares de sírios», alertou.
«A Jordânia precisa, urgentemente, de um apoio internacional maior a fim de manter uma efetiva política de portas abertas», sublinhou o coordenador geral da organização MSF na Jordânia. O financiamento insuficiente da ajuda humanitária também está a ameaçar a capacidade do sistema jordano de saúde para tratar os refugiados sírios de forma apropriada.
A falta de água é um problema crucial na região. As instalações sanitárias são frágeis e insuficientes para o tamanho da população no campo. «A nossa equipa está a testemunhar muitos casos de diarreia e infeções respiratórias, o que reflete as condições precárias vividas pelos refugiados neste campo sobrelotado, e nós esperamos ver um aumento nos casos de desidratação durante o verão», afirmou Claudia Truppa, médica em Zaatari.

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