Quem disse que os efeitos do gás carbônico que despejamos na atmosfera são sempre ruins? Os pesquisadores desconfiavam há tempos que o aumento nas concentrações do gás, provocado por queima de combustível fóssil, pudesse incentivar o crescimento das plantas.
Afinal, na fotossíntese, os vegetais usam a energia da luz para transformar o gás carbônico disponível na atmosfera em tecidos para crescer. O subproduto disso é oxigênio que respiramos.
Um estudo recente confirmou que o aumento na concentração de gás carbônico, que nunca foi tão alta na história humana, também está incentivando o crescimento da vegetação. O estudo mediu o aumento na fertilidade de regiões áridas entre 1982 e 2010.
A pesquisa foi coordenada por randall Donohue, da Organização de Pesquisa Cientifica e Industrial da Comunidade Britânica (CSIRO), em Camberra, na Austrália. Ele e sua equipe examinaram o crescimento da vegetação nas áreas áridas da América do Norte, Austrália, África e Oriente Médio. Durante o período estudado, a concentração de carbono no ar subiu 14%. Segundo modelos de computador, o crescimento da vegetação deveria aumentar em 5% a 10%. Mas graças a mudanças no padrão de chuvas o aumento foi de 11%.
No entanto, por mais rápido que a vegetação cresça nessas regiões, ela não é capaz de retirar da atmosfera o que é despejado pelas chaminés. Isto porque o petróleo e o carvão que queimamos agora, jogando carbono na atmosfera, foram produzidos pela decomposição de florestas antigas ao longo de milhões e milhões de anos. E o esverdeamento de algumas regiões do globo dificilmente compensa os impactos negativos das mudanças climáticas no mundo e no Brasil.
(Alexandre Mansur)
Foto: Bruce Doran/ Divulgação
Revista Época
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