01/06/2013

Aumento na concentração de carbono fez vegetação crescer em regiões áridas

Quem disse que os efeitos do gás carbônico que despejamos na atmosfera são sempre ruins? Os pesquisadores desconfiavam há tempos que o aumento nas concentrações do gás, provocado por queima de combustível fóssil, pudesse incentivar o crescimento das plantas.
Afinal, na fotossíntese, os vegetais usam a energia da luz para transformar o gás carbônico disponível na atmosfera em tecidos para crescer. O subproduto disso é oxigênio que respiramos.
Um estudo recente confirmou que o aumento na concentração de gás carbônico, que nunca foi tão alta na história humana, também está incentivando o crescimento da vegetação. O estudo mediu o aumento na fertilidade de regiões áridas entre 1982 e 2010.
A pesquisa foi coordenada por randall Donohue, da Organização de Pesquisa Cientifica e Industrial da Comunidade Britânica (CSIRO), em Camberra, na Austrália. Ele e sua equipe examinaram o crescimento da vegetação nas áreas áridas da América do Norte, Austrália, África e Oriente Médio. Durante o período estudado, a concentração de carbono no ar subiu 14%. Segundo modelos de computador, o crescimento da vegetação deveria aumentar em 5% a 10%. Mas graças a mudanças no padrão de chuvas o aumento foi de 11%.
No entanto, por mais rápido que a vegetação cresça nessas regiões, ela não é capaz de retirar da atmosfera o que é despejado pelas chaminés. Isto porque o petróleo e o carvão que queimamos agora, jogando carbono na atmosfera, foram produzidos pela decomposição de florestas antigas ao longo de milhões e milhões de anos. E o esverdeamento de algumas regiões do globo dificilmente compensa os impactos negativos das mudanças climáticas no mundo e no Brasil.
(Alexandre Mansur)
Foto: Bruce Doran/ Divulgação

Revista Época

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