04/06/2013

ONU confirma uso de armas químicas na Síria

Mulher chora na cena de uma das explosões ocorridas na Turquia. No total, elas mataram pelo menos 18 pessoas na cidade de Reyhanli, próximo à fronteira da Turquia com a Síria, neste sábado (11)  (Foto: AP Photo/Anadolu Agency, Cem Genco)A comissão independente da Organização das Nações Unidas (ONU) para investigar o conflito na Síria confirmou nesta terça-feira (4) o uso de armas químicas no confronto tanto por agentes do governo quanto por integrantes da oposição. Presidida pelo brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro, a comissão ainda é composta pela norte-americana Karen Koning Abuzayd, pela suíça Carla del Ponte e pelo tailandês Vtit Muntarbhorn. Há 25 meses, a Síria vive uma crise que matou mais de 90 mil pessoas.
"Existem fundamentos razoáveis para acreditar que tenham sido usados agentes químicos como armas", diz o relatório. “[Mas] não é possível identificar os agentes exatos, os sistemas de distribuição ou os autores." De acordo com o documento, há denúncias de que tanto os agentes de segurança ligados ao governo quanto integrantes da oposição usem armas químicas. Os peritos suspeitam, entretanto, de que a maior parte dos casos envolva integrantes do governo.
"É possível que grupos armados antigovernamentais possam ter acesso e usem armas químicas. Mas não há provas claras de que esses grupos possuam esse tipo de arma ou os imprescindíveis sistemas de distribuição", diz o texto.
A comissão pediu ao governo de Bashar Al Assad que permita a entrada no país dos peritos designados pela ONU para investigar o uso de armas químicas. Para a comissão independente, o uso de agentes químicos é uma consequência dos novos níveis de "brutalidade" atingidos pelo conflito.
"As forças governamentais e as milícias que as apoiam atacaram e cercaram sistematicamente cidades em todo o país, fazendo dos civis reféns ao controlar a distribuição de comida, água, medicamentos e eletricidade." No relatório, a comissão afirma que os dois lados do conflito cometeram crimes de guerra e contra a humanidade.
Atualmente, um terço da população síria, 6,8 milhões de pessoas, precisa de ajuda para sobreviver. Desse total, 1,6 milhão vive como refugiado nos países vizinhos e 4,2 milhões sobrevivem como deslocados internos na Síria.   
Revista Época

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