02/07/2013

74% defendem prisão imediata de mensaleiros

O levantamento feito em 27 e 28 de junho apontou que para 14% dos entrevistados pode ter havido injustiça

São Paulo. Uma pesquisa divulgada ontem pelo Datafolha mostra que 74% dos brasileiros querem a prisão imediata dos condenados no escândalo do mensalão. O desejo, portanto, é comum até mesmo entre os que apontaram o PT como partido de sua preferência.

No julgamento do mensalão, 25 réus, incluindo o ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, e o deputado federal José Genoino, foram condenados FOTO: DIVULGAÇÃO

As maiores taxas de manifestações favoráveis à prisão imediata dos condenados foram apuradas entre os entrevistados que declararam preferir o PV (83%), o PSDB (77%), o PT (74%) e o PMDB (74%).

Entre os que defenderam que os réus merecem um novo julgamento, destacaram-se os entrevistados que afirmaram ter como partidos de preferência o PTB (29%), o PSB (24%), o PMDB (19%) e o PT (18%).

O julgamento dos envolvidos no escândalo do mensalão foi concluído em dezembro. Vinte e cinco deles, incluindo o ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, e o deputado federal e ex-presidente do PT José Genoino, foram condenados.

Os réus apresentaram recursos contra a condenação e cabe agora ao relator do processo, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, marcar a data para o início da análise das apelações pelo plenário do STF.

Segundo o entendimento dos ministros da Corte, as prisões dos condenados só poderão ocorrer depois que se esgotarem as possibilidades de apresentação de recursos.

O levantamento feito pelo Datafolha nos dias 27 e 28 de junho apontou que para 14% dos entrevistados pode ter havido injustiça no caso e os réus merecem um novo julgamento. O índice de pessoas que não souberam responder foi de 12%.

O Instituto Datafolha fez 4.717 entrevistas em 196 cidades brasileiras, com margem de erro de dois pontos para mais ou para menos.

Mais sessões

O Supremo Tribunal Federal (STF) estuda ampliar o número de sessões semanais em agosto para acelerar a decisão sobre os recursos apresentados pelos 25 condenados pelo tribunal durante o julgamento da ação no ano passado.

A exemplo do que fez no segundo semestre de 2012, para julgar o processo, o tribunal poderá fazer sessões às segundas-feiras - atualmente, os ministros se reúnem em plenário somente às quartas e às quintas. A expectativa é que, com mais uma sessão semanal, a análise dos 25 embargos de declaração (tipo de recurso contra condenação no STF), que são extensos - alguns têm mais de 200 páginas -, dure pelo menos um mês.

A corte, no entanto, pode decidir só fazer uma sessão extra a cada duas semanas. O calendário ainda será decidido entre Barbosa, e os demais ministros.

O Supremo entrou de recesso ontem e retoma os trabalhos no dia 1º de agosto. A previsão é de que o julgamento dos recursos do mensalão abra o segundo semestre do tribunal. Depois do julgamento dos embargos de declaração, cabem embargos dos embargos.

Os que tiveram quatro votos favoráveis tentarão embargos infringentes, que podem levar a um novo julgamento. Barbosa já disse, porém, que não considera cabíveis os recursos. 


Diário do Nordeste

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