06/07/2013

Manuel Clemente: «naturalmente» patriarca


Após seis anos de intensa experiência eclesial e social na diocese do Porto, o novo patriarca de Lisboa, Manuel Clemente, regressa mais preenchido à capital, onde toma posse do cargo este sábado, 6 de julho, às 11h00, na Sé Patriarcal. A entrada solene na diocese far-se-á no domingo, numa celebração no Mosteiro dos Jerônimos, agendada para as 16h00. Na antevisão ao seu programa pastoral, diz querer seguir apenas o que há muito está estipulado pela Igreja. 

«O programa está muito facilitado, porque a Igreja tem um programa para cumprir. Tem o programa do Concílio Vaticano II e tem a mensagem do último Sínodo dos Bispos, sobre a nova evangelização, que no fundo, se resumem em tornar a Igreja e as comunidades em lugares de acolhimento e de missão», afirmou Manuel Clemente, numa entrevista ao jornal Voz da Verdade. 

Natural de Torres Vedras, o patriarca, de 64 anos, foi bispo auxiliar de Lisboa, até ser nomeado bispo do Porto, em 2007. A experiência que viveu no norte do país foi intensa. «Não vou regressar a Lisboa como parti para o Porto. Vou regressar com seis anos cheios de uma experiência eclesial e social fortíssima, que me transformou», confessou. 

Habituado a estar na vida levando muito a sério «o que Jesus manda» e o que «a Igreja escolhe», Manuel Clemente manifesta-se preocupado com a dispersão comunitária da sociedade moderna. «Estamos numa sociedade muito desarrumada e costumo dizer que é a primeira que não sabe de que terra é: as pessoas gaguejam quando lhe perguntamos de que terra são, porque realmente são de muitos sítios. Isto leva-me a dizer, que o principal desafio pastoral, talvez seja a reconfiguração comunitária. Porque a Igreja é uma realidade essencialmente comunitária». 

O novo patriarca foi nomeado pelo Papa Francisco a 18 de maio, após a resignação de José Policarpo, por ter atingido o limite de idade determinado no Direito Canônico. Em 2009, foi o vencedor do Prêmio Pessoa 2009, distinção que evocou a sua obra historiográfica, intervenção cívica e «postura humanística de defesa do diálogo e da tolerância, de combate à exclusão e da intervenção social da Igreja». 

Enquanto delegado da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) no Sínodo dos Bispos para a nova evangelização, realizado em outubro de 2012, no Vaticano, apelou à «redescoberta e aprofundamento da novidade constante de Cristo, nas atuais circunstâncias da Igreja e do mundo». Após a nomeação como patriarca de Lisboa, foi eleito presidente da CEP, pelo menos até abril de 2014.


Fátima Missionária

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