16/07/2013

Presidente da CNIS pede «responsabilidade e patriotismo»

O presidente da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS) apelou à “responsabilidade e patriotismo” dos responsáveis políticos em Portugal para superar a atual indefinição sobre o Governo e alterar o “ciclo da espiral recessiva”.
“Os últimos acontecimentos fazem temer o pior. Parecia só faltar um ano para o fim de um humilhante protetorado: não falta, porém, quem o queira prolongar”, refere o padre Lino Maia, no editorial de julho do mensário ‘Solidariedade’, órgão oficial da principal entidade representativa das instituições particulares de solidariedade social – IPSS – em Portugal.
O presidente da organização pede que o próximo ano seja aproveitado para a “inadiável e corajosa correção de estratégia, adiando para o fim da troika o início de um novo ciclo político”.
“O setor solidário, que tem sabido ser sereno, responsável e patriótico, prescreve e reclama responsabilidade e patriotismo”, acrescenta o sacerdote, da Diocese do Porto.
A posição surge após o presidente da República ter apelado a um “compromisso de salvação nacional” como “melhor solução” para os problemas nacionais, numa perspetiva imediata e de médio prazo, envolvendo os partidos da coligação governamental, PSD e CDS/PP, e o principal partido da oposição, PS, em negociações que se encontram em curso.
Para o padre Lino Maia, o país vive “um ciclo excessivamente longo e cada vez mais aprofundado, que tem gerado mais pobreza e mais desemprego”.
“A atual conjuntura de crise está a ser excessivamente longa e manifestamente injusta”, escreve.
Quase metade da população portuguesa estava em risco de pobreza em 2011, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), que mostra que mesmo depois das transferências sociais quase 1,8 milhões de pessoas continuavam em risco.
De acordo com dados do INE relativos a 2011, divulgados esta segunda-feira, 45,4% da população portuguesa estava em risco de pobreza, tendo em conta "apenas os rendimentos do trabalho, de capital e transferências privadas".
O presidente da CNIS diz que as políticas económicas “baseadas exclusivamente na austeridade falharam”, e que não são “a pobreza nem o desemprego que pagam as dívidas”.
Os “graves problemas orçamentais” e as “elevadas taxas de desemprego” penalizam também as Instituições de Solidariedade, refere.
“Independentemente do que nos reserva o futuro e do Governo que nos venha a governar, importa que não haja recuo na estratégia de respeito para com um setor, que, sendo um inestimável promotor de serenidade na comunidade (mais do que de resignação), também está a ser uma verdadeira almofada social e de encontro de soluções e de envolvimentos”, assinala o padre Lino Maia.
OC

Agência Ecclesia

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