16/07/2013

Vaca Muerta, a aposta da Argentina para os hidrocarbonetos não convencionais

Em Loma La Lata, a 1.100 km a sudoeste de Buenos Aires, mais de mil funcionários da petroleira argentina YPF trabalham para otimizar a exploração de Vaca Muerta, uma das maiores reservas mundiais de hidrocarbonetos não convencionais.
"A Argentina ocupa o quarto lugar no mundo com 27 bilhões de barris de potencial para petróleo não-convencional, atrás de Rússia, Estados Unidos e China, e no gás não convencional (xisto) está em segundo, depois da China, com potencial de 802 trilhões de pé cúbicos", disse Gonzalo López Nardone, gerente de Relações Institucionais da YPF, durante uma visita por Vaca Muerta.
Pioneira na exploração, a companhia argentina iniciou o desafio de recuperar o autosuficiência do país em Loma La Lata Norte-Loma Campana, uma área de 360 km².
Dos 30.000 km² da formação geológica Vaca Muerta, nas províncias de Neuquén (sudoeste) e Mendoza (oeste), a YPF conta com 12.075 km².
"Temos o know how, estamos adotando um modelo de fábrica, treinamos pessoal, temos ´expertise´ em geologia e ciência, boas relações com sindicatos e governos e isso vai nos permitir liberar o potencial que é Vaca Muerta e colocá-lo para produzir", diz Pablo Iuliano, gerente de negócios de petróleo não-convencional da YPF.
Em Loma La Lata, onde não havia nada há dois anos, cerca de 1.200 pessoas trabalham na extração de petróleo e gás alojados a 3.300 metros abaixo da terra.
A YPF, que possui concessões três vezes maiores que as outras companhias que operam em Vaca Muerta, tem, hoje, 90 poços em produção de petróleo não-convencional e espera ter, em uma década, entre 1.500 e 2.000 poços, com um investimento de 15 bilhões de dólares.
A empresa produz hoje cerca de 8 mil barris de hidrocarbonetos não convencionais por dia e prevê aumentar essa cifra a 17.000 barris diários no final do ano, 38.000 em 2014 e 60.000 no ano seguinte.
"Em meados de 2016, alcançaremos o pico de produção de 70.000 barris diários", estima Pablo Iuliano.
Vaca Muerta se transformou na esperança da Argentina para recuperar a autosuficiência, depois de importar, em 2011, 9,3 bilhões de dólares em combustíveis. Este ano o país deve importar US$ 13 bilhões.
"O desafio é reverter a tendência. Com seu potencial em petróleo e gás não convencional, a Argentina poderá ser um país exportador de hidrocarbonetos", acrescenta López Nardone.
Sobre o temor dos moradores da região de eventuais danos ao meio ambiente, López Nardone disse que "os técnicos da YPF negam que este sistema não-convencional possa provocar danos ambientais e explicam que a perfuração de um poço é feita com um tubo de aço que posteriormente é cimentado, de forma que não há contato entre o líquido e a rocha, nem com os aquíferos".
Já Juan Carlos Villalonga, da organização Los Verdes, disse que "a exploração por energia hidráulica é muito mais prejudicial do que a convencional".
AFP
Dom Total

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