13/08/2013

África: não pode ser o lixão da europa'

Líderes africanos lutam para que continente deixe de ser 'o lixão da europa'

Muitos dos equipamentos chegam na África em forma de doações, mas estão inúteis
Enviados comumente do Reino Unido, França e Alemanha, computadores, televisores e celulares inúteis vão se acumulando nos lixões dos países africanos. Algumas vezes esses aparelhos são destinados em forma de doação, mas estão inutilizados e acabam também em lixões, causando problemas ambientais que impactam na vida e na saúde dos africanos.

Para tentar diminuir este problema, 23 nações africanas, membros da Convenção de Bamako, reuniram-se para elaborar um documento no qual exigem da União Europeia que parte de seus países deixe de transformar a África em um grande lixão, informou o site Euractiv.

A destinação inadequada de lixo eletrônico significa expor pessoas aos efeitos de metais pesados, como cádmio, mercúrio, chumbo, cromo e gases tóxicos.

Os líderes das nações africanas solicitam que a UE reforce as leis para punir os países que não realizam a reciclagem necessária de seus produtos e enviam para locais mais vulneráveis.

Em junho de 2012 foi estimado que 45% dos equipamentos produzidos e utilizados na Europa sejam reciclados dentro do território de origem, mas as nações da Convenção de Bamako informam que os eletrônicos e elétricos continuam sendo despejados com a mesma intensidade.

O fato é que dentro das leis que a Europa criou os países que enviam lixo para África ainda estão dentro das leis, pois o prazo para regulamentar o processo é até fevereiro de 2014. A UE também estipula o ano de 2020 para que 85% dos produtos sejam reciclados.

Em Gana, por exemplo, 85% do lixo que chega nos contêineres de produtos elétricos e eletrônicos vêm da Europa e 4% da Ásia, informa relatório da ONU. As autoridades envolvidas na Convenção de Bamako alegam que muitos resíduos ilícitos chegam também como parte de cargas legais para disfarçar e driblar as inspeções alfandegárias.
Eco Desenvolvimento

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