Adital
"O número de novas infecções de pessoas com HIV caiu 33% no período de 2001 a 2012”. É o que aponta o Relatório Global sobre a epidemia da AIDS, divulgado em 23 de setembro pela Unaids, agência da ONU especializada no combate à doença, e que mostra novos dados para o entendimento da realidade da epidemia. Mesmo com resultados positivos em relação ao combate à doença, a entidade alerta que o mundo precisa fazer mais.
Os números revelam que apesar do número de novas infecções ter diminuído pela primeira vez no mundo, o uso de preservativos é neglicenciado no Brasil, sobretudo entre usuários de drogas injetáveis. A utilização por parte desse público teve uma queda de 70% para 41% entre 2009 e 2012. Na população em geral também houve diminuição do uso da camisinha em toda a América Latina. O mesmo ocorreu em países ricos, com a taxa sendo reduzida de 60% para 50%.
Entidades brasileiras que trabalham com dependentes químicos e com população em situação de rua contestam os dados divulgados pela Unaids. Álvaro Mendes, vice-presidente da Associação Brasileira de redução de Danos (ABORDA), acredita que a baixa adesão à camisinha entre os usuários de droga está associada ao aumento do consumo do crack. "Diminuiu o número de usuários de drogas injetáveis no Brasil, pois muitos migraram para crack... Talvez a ONU não esteja levando em consideração este fator”, observa o ativista.
Mesmo com algumas contradições, o Brasil aparece como o país com o maior orçamento nacional para o combate à doença entre as economias emergentes. Houve queda de 30% no número de mortes. Por ano, são mais de US$ 745 milhões - a China, com população seis vezes maior, investe US$ 497 milhões. A Unaids, porém, alerta que, mesmo com todo o dinheiro investido, o país corre o risco de não atingir algumas das metas mundiais de redução até 2015.
No caso do Brasil, a agência mostra que o total da população contaminada não mudou entre 2001 e 2012, com 0,4% dos brasileiros sendo registrados como portador do vírus. Os números de mortes anuais no Brasil por causa da doença passaram de um máximo de 27 mil, em 2001, para 19 mil em 2012. A queda estimada é de 29,6%. Se a redução no Brasil segue a tendência mundial, a Unaids deixa claro que o governo precisa fazer novos esforços para conseguir avançar com o tratamento, ainda que o País seja considerado o modelo que inspirou toda a resposta internacional da última década.
Para conferir o relatório na íntegra clique aqui (documento em inglês).
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