O religioso português Mário Félix, da Congregação das Escolas
Cristãs, vai ser declaro beato este domingo em Tarragona, Espanha, numa
cerimônia conjunta para a beatificação de 522 mártires da Guerra Civil
Espanhola (1936-1939).
Manuel José de Sousa nasceu em Santa Marta de Bouro, a 27 de dezembro
de 1860, tendo sido fuzilado em Griñon, a 30 quilômetros de Madrid, a 28
de julho de 1936, após 48 anos de vida religiosa, na qual assumiu o
nome de Mário Félix.
O arcebispo bracarense, D. Jorge Ortiga, vai participar na celebração
e dirigiu uma mensagem à diocese, na qual sublinha que "a beatificação
do irmão Mário Félix, em Tarragona, no próximo dia 13 de outubro, é mais
uma graça que não pode ser desconhecido ou desconsiderada".
Em criança, o novo beato emigrou para o Brasil, onde trabalhou numa
empresa de confecções do Rio de Janeiro pertencente a um tio, refere a
sua biografia assinada pelo cônego Narciso Fernandes, publicada em 2003 e
divulgada pela página da Arquidiocese de Braga na internet.
Durante a permanência na cidade estabeleceu contatos com cristãos
protestantes, que lhe despertaram o interesse pela leitura da Bíblia, e
mais tarde aproximou-se dos padres jesuítas, relação que o conduziu ao
catolicismo.
De regresso a Portugal, fixou-se em Lisboa e a 14 de junho de 1888,
aos 28 anos, entrou no Instituto de La Salle, tendo passado por várias
casas da congregação até chegar à comunidade de Griñon.
Pelas 13h00 de 28 de julho de 1936 “centenas de revolucionários
invadiram o convento onde restavam poucos religiosos (a maioria tinha
saído de véspera) e os jovens noviços”, recorda a página da
arquidiocese.
“Depois de destruírem os símbolos religiosos da instituição separaram
os religiosos dos noviços, estes últimos poupados ao martírio. No
exterior, os religiosos foram alinhados e foram executados”, lê-se.
O reconhecimento do martírio dos religiosos foi determinado a 19 de dezembro de 2011 pelo Papa emérito Bento XVI.
A ‘Beatificação
do Ano da Fé’, como é apresentada pela Conferência Episcopal Espanhola
evoca o martírio de mais de meio milhar de católicos e vai decorrer em
Tarragona, cidade onde morreram os primeiros mártires hispanos, em 259:
os santos Frutuoso, Eulógio e Augúrio.
Com estas beatificações, o total de mártires da Guerra Civil Espanhola sobe para 1523 pessoas, incluindo 11 santos.
Além do religioso português, o grupo de 522 novos beatos inclui 514
espanhóis, três franceses, dois cubanos, um colombiano e um filipino.
OC
Agência Ecclesia
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