11/10/2013

Mexicanos se mobilizam para realização de consulta sobre a reforma energética

Adital

Integrantes do Movimento Regeneração Nacional (Morena), com apoio de estudantes universitários, estão coletando até esta quinta-feira, 10 de outubro, na Universidade Autônoma do México (Unam), assinaturas de professores, alunos e funcionários a fim de pressionar o governo mexicano para que realize uma consulta nacional vinculatória sobre a reforma energética proposta pelo presidente Enrique Peña Nieto. A intenção é que a população possa participar ativamente das decisões políticas tomadas no país.

Desde a última terça-feira, 08, 42 mesas coletoras de assinaturas foramespalhadas em todas as escolas e faculdades da Unam. A iniciativa está assegurada na Constituição, artigo 35, que garante à população o direito de petição, ou seja, de solicitar ou reclamar ante as autoridades competentes por razões de interesse público.
A intenção é coletar mais de 1 milhão de assinaturas. Segundo divulgou o Movimento Regeneração Nacional, em apenas duas semanas, já foram recolhidas 421.233 assinaturas. A coleta continuará em vários pontos do país até dia 27 deste mês, quando será feita uma nova contagem e espera-se atingir a meta para levar a demanda ao governo.
Desde que foi mencionada pelo presidente Peña Nieto, em agosto deste ano, a reforma energética vem causando polêmica e discordância, sobretudo porque há intenção de investimentos privados no setor de hidrocarbonetos e na Petróleos Mexicanos (Pemex). E ainda porque, para isso, será necessário reformar os artigos constitucionais 27 e 28, que regulam a propriedade e a exploração de hidrocarbonetos.
Movimentos sociais, sindicatos e partidos de oposição são contrários à reforma, pois acreditam que a iniciativa é apenas uma armadilha para privatizar o petróleo. Por este motivo, estão realizando inúmeras manifestações nas ruas para exigir do governo que consulte o povo. Parte das manifestações está sendo organizada por Andrés Manuel López Obrador, que disputou as eleições presidenciais de 2012.
A última marcha aconteceu neste domingo, 06, na Cidade do México, e levou centenas de pessoas às ruas. Outras ações também estão sendo realizadas no sentido de informar sobre o alcance da reforma energética e explicar como ela poderá afetar a vida da população a partir do momento em que for aprovada.
O governo argumenta que a paraestatal Pemex precisa compensar uma queda em sua produção por meio da exploração de suas reservas em águas profundas e de gás de esquisto (um tipo de gás natural) e, para isso, necessita de tecnologias e de investimentos estrangeiros, já que o país não pode arcar com as despesas.
Também assegura que a reforma vai permitir investimentos no país e que será convertida em mais qualidade de vida. Ele estima ainda que o Produto Interno Bruto (PIB) crescerá um ponto percentual adicional em 2018, além do que serão criados 500 mil postos de trabalho.
Em 1938, o então presidente Lázaro Cárdenas expropriou do país as instalações de empresas estrangeiras e nacionalizou a indústria petroleira. Com o passar dos anos as reservas das águas poucos profundas estão diminuindo, assim como a produção de petróleo. Contudo, boa parte da população se opõe à privatização e aos investimentos estrangeiros já que o petróleo se transformou em símbolo da soberania nacional.

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