Prof. José Cajuaz Filho*
Vários são os escritores latinos que
enveredaram por este caminho. Entre eles se encontra Publilius Syrus que viveu
no século I antes de Cristo.
Seu nome indica sua origem. Nasceu na cidade
de Antioquia, cidade da Síria na Ásia Menor.
Foi um escravo trazido a Roma após a
conquista da Ásia Menor pelos romanos. Seu próprio amo o educou com muito
esmero. Liberto, por causa de seu talento, entrou na vida literária e começou a
escrever suas peças teatrais chamadas
“mimos” dos quais se retiraram suas sentenças argutas e de notável elevação
moral que ficaram para a posteridade.
Destas, uma, no momento atual, cai como uma
luva. Ei-la: Bonis nocet quisquis pepercerit
malis. Prejudica os bons, quem poupa os maus.
Que verdade! Isso foi dito há mais de dois
mil anos e ainda hoje tem seu valor. É uma advertência muito séria àqueles que,
por medo ou por covardia deixam de tomar uma decisão justa prejudicando os
bons.
É o que se está havendo com a suspensão da implantação do piso salarial dos professores
das universidades estaduais pelo Tribunal Regional do Trabalho 7ª Região.
Onde cabe a advertência de Publilius Syrus?
Foram às barras da justiça para defenderem
seu direito, o Estado do Ceará e o Sindicato dos Docentes do Ensino Superior. O
que é normal, pois cada um julgava ser detentor da verdade.Quem de fato a
teria?
Provas de ambos os lados. Quem vai decidir? A
querela chegou ao Supremo Tribunal Federal. A decisão do colegiado dessa Corte
foi unânime e afirmou que quem tem o direito são os professores: a implantação do piso salarial é justa e
constitucional.
Agora, a obrigação do Estado é obedecer à
determinação do Supremo Tribunal Federal e a do TRT7a Região é implantar o piso
conforme manda o STF.Sem delongas mesmo que doa a quem doer.
O Estado foi considerado pelo TRT7ª Região
litigante de má fé e litigator improbus,
sendo assim uma entidade má, perversa, injusta e autoritária. Aqui cabe a
sentença: Prejudica os bons quem poupa os
maus.
Não se concebe, portanto, que haja tanta
demora na continuação da execução ordenada pelo STF e iniciada pelo TRT7ª Região.
Essa demora demonstra o espírito fraco do
responsável pela implantação do piso e lembra uma afirmação de Ênio, outro
escritor latino: Animum aegrum semper
errat. Um ânimo fraco sempre erra.
São as atitudes corajosas e não as
circunstâncias que determinam o valor de cada pessoa.
Assim pensava Zíbia Gasparetto, escritora
espiritualista:
“Dizer sim quando quero dizer não é dar mais
valor aos outros do que a mim, é não colocar meus limites e isso é não me
respeitar. Dizer sim quando for sim e não quando for não, isso é dignidade.”
TRT 7ª Região, quando procedemos com justiça,
imparcialidade e destemor somos respeitados.
* Cajuaz Fillho é professor da Universidade Estadual do Ceará e do Instituto Federal de Educação e Tecnológica.
* Cajuaz Fillho é professor da Universidade Estadual do Ceará e do Instituto Federal de Educação e Tecnológica.
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