
Hans Jonas advertia para uma postura ética, cujo centro é a tomada de consciência de que nós não podemos exaurir todos os recursos naturais do planeta, porque a humanidade não estaciona na atual geração. É um dever ético de nossa geração deixar para os futuros habitantes do nosso planeta um mundo habitável, para que os nossos descendentes possam usufruir também com responsabilidade das benesses de nosso planeta. Esse princípio, Hans Jonas o chamou de princípio de responsabilidade.
Associado a esse princípio, deveríamos cultivar o do cuidado, tendo seu centro o "pathos" do zelo pelo meio ambiente, planeta terra, considerando-o não apenas nossa casa comum ("oikos logos") - ecologia - mas também nossa mãe, um organismo vivo que possui suas leis e organização, as quais somos devedores e dependentes. Se realmente os governos estivessem preocupados com os efeitos catastróficos de sua voraz ganância colaborariam para que uma nova postura surgisse no mundo inteiro, uma postura mais ecológica, não espiritualista, misticista, superticiosa, mas ética, reflexiva e racional, arraigada de sentimentos de respeito, zelo e amor pelo planeta.
Isso seria discutido nas escolas, desde o ensino fundamental até o final do ensino médio e, nas universidades públicas e privadas, discutir-se-iam formas inteligentes de tecnologias que minimizariam ou até anulariam a emissão de gases do efeito estufa no planeta, bem como o problema da futura mobilidade e êxodo urbano, por causa dos efeitos irreversíveis da nossa ação irresponsável.
*Padre da Arquidiocese de Fortaleza, estudante na Universidade
Gregoriana em Roma
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