Peça desenhada pela artista plástica ocupa lateral de auditório atingido.
'Temos que começar a trabalhar para refazê-lo', disse em declaração.
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A artista plástica Tomie Ohtake disse que "ficou triste" com o incêndio no auditório do Memorial da América Latina nesta sexta-feira (29). Em declaração, ela se mostrou disposta a refazer a tapeçaria de sua autoria que ocupa a lateral da construção e foi atingida pelo incêndio. Até as 22h, não havia sido divulgada a dimensão dos danos na peça.
"Quando Oscar [Niemeyer] me convidou para fazer o trabalho para o auditório do Memorial, fiquei feliz por ser uma obra em escala inusitada, uma tapeçaria que toma toda a parede lateral do teatro, acompanhando as duas plateias e o palco - e dentro daquela obra fantástica do Oscar. Fico triste com o incêndio do auditório. Quanto ao painel, temos que começar então a trabalhar para refazê-lo", disse em declaração enviada ao G1 pela assessoria do Instituto Tomie Ohtake.
O auditório tinha ainda uma escultora do mineiro Alfredo Ceschiatti e um painel de Victor Arruda. Até esta noite, a Fundação Memorial não tinha divulgado se essas peças haviam sido danificadas.
O incêndio afetou um dos prédios do conjunto arquitetônico projetado por Oscar Niemeyer edeixou bombeiros feridos. Inaugurado em março de 1989, o espaço total tem 84,4 mil metros quadrados. A área inclui biblioteca, espaços para exposições e eventos.
Tapeçaria de Tomie
De acordo com o Instituto Tomie Ohtake, a peça foi desenhada em 1989, sob encomenda de Niemeyer para a inauguração do conjunto. O painel em tapeçaria ocupa a parede lateral do Auditório Simón Bolívar. A peça 620 metros quadrados, sendo 70 de largura.
De acordo com o Instituto Tomie Ohtake, a peça foi desenhada em 1989, sob encomenda de Niemeyer para a inauguração do conjunto. O painel em tapeçaria ocupa a parede lateral do Auditório Simón Bolívar. A peça 620 metros quadrados, sendo 70 de largura.
Em entrevista à Rádio CBN, o presidente da Fundação Memorial da América Latina, João Batista de Andrade, disse que toda a programação do auditório está suspensa até a reforma do espaço, que tem capacidade para 1,6 mil pessoas. “É um espaço muito bonito, é triste para todos nós”, afirmou. Segundo ele, é preciso um laudo técnico para avaliar o prejuízo causado pelas chamas.
Não há confirmações sobre as causas do incêndio, de acordo com os bombeiros. Segundo a assessoria do Memorial, há suspeita de que um curto-circuito em uma lâmpada tenha provocado o fogo. Funcionários relataram à equipe da TV Globo que houve uma queda de energia algum tempo antes do incêndio.
Segundo o Memorial da América Latina, havia funcionários no auditório quando o incêndio começou, mas eles foram retirados rapidamente e não sofreram nenhum ferimento. O auditório tem um palco central e a plateia dividida em duas metades. De acordo com a assessoria do Memorial, o forro da plateia B ficou bastante danificado.
Segundo o Memorial da América Latina, havia funcionários no auditório quando o incêndio começou, mas eles foram retirados rapidamente e não sofreram nenhum ferimento. O auditório tem um palco central e a plateia dividida em duas metades. De acordo com a assessoria do Memorial, o forro da plateia B ficou bastante danificado.
Escultura e painel
Além da tapeçaria de Tomie Ohtake, duas outras peças importantes estavam no espaço. Localizada na curva da rampa que dá acesso à área externa do Auditório Simon Bolívar, a escultura Pomba foi feita pelo escultor mineiro Alfredo Ceschiatti a convite do arquiteto Oscar Niemeyer, com quem colaborou diversas vezes.
Além da tapeçaria de Tomie Ohtake, duas outras peças importantes estavam no espaço. Localizada na curva da rampa que dá acesso à área externa do Auditório Simon Bolívar, a escultura Pomba foi feita pelo escultor mineiro Alfredo Ceschiatti a convite do arquiteto Oscar Niemeyer, com quem colaborou diversas vezes.
Fundida em bronze, a obra tem 2,20 metros de altura e envergadura de 3 metros. O artista também foi professor da Universidade de Brasília e tem obras nas cidades de Berlim e Moscou, assim como na Praça Patriarca, em São Paulo, e no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. Ele morreu em agosto de 1989.
No foyer, que fica do lado de fora do auditório, também está o painel Agora, do artista matogrossense Victor Arruda. A obra ocupa uma parede inteira e tem 9,90 m de largura e 2,2 m de altura. O artista pintou dez telas em sequência, mostrando relógios delineados com tinta acrílica. Arruda vive atualmente no Rio de Janeiro e já participou de diversas exposições de arte nacionais e internacionais ao longo das décadas de 1970 e 1980.
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