Um petroleiro atravessa o Canal do Panamá.
Madri (AFP) - O consórcio encarregado da ampliação do Canal do Panamá, liderado pela construtora espanhola Sacyr, ameaçou nesta quinta-feira interromper as obras se as autoridades não aceitarem fazer um pagamento extra de 1,6 bilhão de dólares em um prazo de 21 dias.
A Sacyr, que dirige o consórcio internacional Grupo Unidos pelo Canal (GUPC), afirmou que "procederá à suspensão dos trabalhos se os não cumprimentos denunciados não forem remediados dentro do período de pré-aviso", segundo comunicado enviado à Comissão Nacional do Mercado de Valores (CNMV) espanhola.
Este período é de 21 dias, segundo um comunicado do GUPC de 30 de dezembro publicado pela imprensa panamenha.
Na quarta, o administrador do canal, Jorge Quijano, rejeitou de maneira categórica às pressões do GUPC, que, segundo ele, têm "o único propósito de nos forçar as negociar fora dos termos estabelecidos no contrato".
No consórcio GUPC participam Sacyr, a firma italiana Impreglio, a belga Jan de Nul e a panamenha Constructora Urbana.
Os trabalhos, que têm um custo total de 5,2 bilhões de dólares, começaram em 2009 e estava previsto que terminassem em outubro de 2014, mas acumulam um atraso de nove meses.
Sacyr denuncia a falta de cumprimento do contrato por parte da Autoridade do Canal do Panamá (ACP), e calcula o total dos prejuízos em 1,625 bilhão de dólares.
"São custos imprevistos, de diferentes tipos em uma obra de tal magnitude", afirmou um porta-voz da Sacyr.
A construtura diz que quer chegar a uma solução.
"Temos toda a vontade de alcançar um acordo justo que permita que a obra prossiga seu curso com o menor custo possível e no menor prazo possível", acrescentou o porta-voz.
O canal, inaugurado em 1914, é uma fonte de rendimentos importantes para o Panamá e, desde 1999, quando o país recuperou sua gestão, até então nas mãos dos Estados Unidos, proporcionou para os cofres do país mais de 8,5 bilhões de dólares.
AFP
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