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Sejam ambiciosos não por dinheiro ou fama, mas para alcançar tudo aquilo que um homem deve ser.
William Smith Clark, figura decisiva na formação cultural do Japão moderno. (Foto: Arquivo) |
Por Alexandre Kawakami*
William Smith Clark é uma figura decisiva na formação cultural do Japão moderno. Na Revolução Meiji, foi contratado pelo governo japonês para estabelecer a Faculdade de Agricultura de Sapporo. Hoje conhecida como Universidade Nacional de Hokkaido, é uma das referências mundiais neste e outros ramos, contando com um Prêmio Nobel em Química, o professor Akira Suzuki.
A Revolução Meiji é, por si só, objeto de estudo de todos os que se interessam pelo estudo de políticas públicas em países em desenvolvimento. Estabeleceu as bases do Japão moderno, um país que saiu de posição de atraso econômico, industrial e social, passando a se tornar um dos líderes da Ásia e do mundo. Até então, era considerado mais um. A vitória do Japão sobre a Rússia o colocou no mapa das atenções dos países já consolidados.
William Clark teve papel importantíssimo no processo de elaboração e implantação das políticas do governo Meiji. Tendo sido alocado na fronteira econômica do Japão, a ilha do norte, tinha como superior o governador da província, com o qual comungava o histórico militar. Propôs diretamente e teve implantadas várias políticas de desenvolvimento para a ilha. Pesquisou a flora local e introduziu novas espécies de plantas e árvores dos Estados Unidos no Japão.
De forma mais importante, William Clark teve influência preponderante nos primeiros alunos da Faculdade de Agricultura de Sapporo. Incutiu em um sentimento de propriedade e visão nestes alunos, que emergiam de uma cultura feudal rígida onde a posição social era definida pela casta, e não pelo esforço. Conseguiu autorização especial para usar a Bíblia no ensino de ética, cuja leitura era proibida à época. Vários diplomatas, educadores e filósofos que tiveram impacto no país inteiro emergiram desta época, resultado dos esforços do intelectual.
Dizem que, quando de seu retorno aos Estados Unidos, seus alunos e professores da faculdade o acompanharam até 21 quilômetros além da cidade de Sapporo. Clark teria olhado para seus estudantes e gritado: “Rapazes, sejam ambiciosos! Sejam ambiciosos não por dinheiro ou por engrandecimento pessoal, nem por aquela coisa evanescente que os homens chamam de fama. Sejam ambiciosos para alcançarem tudo aquilo que um homem deve ser. ”
Vivemos em tempos de crise, no Brasil e no mundo. Perante às dificuldades que enfrentamos em nosso cotidiano, é fácil nos desanimarmos, querermos entregar ao governo ou ao patrão as rédeas de nossas expectativas e felicidade. Preferimos desistir da máxima: “Controle seu destino antes que alguém o faça por você.” É comum querermos mesmo que alguém o faça por nós.
Neste Ano Novo, desejo a todos os brasileiros em geral e mineiros em particular que alimentem o fogo de seus sonhos, que retomem a propriedade de suas vidas e que ostentem a coragem de seguir em frente mesmo quando tudo nos puxa para trás.
Amigos, sejamos ambiciosos, para que sejamos tudo o que podemos ser.
Feliz Ano Novo!
* Alexandre Kawakami é Mestre em Direito Econômico Internacional pela Universidade Nacional de Chiba, Japão. Agraciado com o Prêmio Friedrich Hayek de Ensaios da Mont Pelerin Society, em Tóquio, por pesquisa no tema Escolhas Públicas e Livre Comércio. É advogado e consultor em Finanças Corporativas
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