A vida não pode ser infecunda. Cada pessoa participa do projeto criador.
Vocação: vida ofertada para o bem da comunidade.
Por Dom Paulo Mendes Peixoto*
Dentro das condições naturais da vida, todas as pessoas são chamadas à perfeição ou, pelo menos, a fazer esforço para viver nestas condições. Portanto, a correspondência a isso depende de cada um. Só assim é possível haver ordem social, convivência harmoniosa e diminuição dos extremos, porque eles são excludentes e, às vezes, desumanos.
Todo chamado supõe alguma resposta, que deve ser assumida com muita responsabilidade. A proposta de Deus, contida na Sagrada Escritura, é apresentada nestas condições, e traz consequências para a vida social. Agindo assim, estamos contribuindo com o bem das pessoas e participando da construção do que motiva o bem viver, a harmonia na comunidade.
Quem faz o bem pode ser chamado de “ungido do Senhor”, de quem entendeu o sentido da vida, e exercita suas qualidades para construir um mundo e uma sociedade como ambiente saudável. Todos nós podemos contribuir para vivenciar essa utopia, quebrando os muros existenciais que aumentam e fortalecem as distâncias.
Um chamado, na visão cristã, identifica-se com a palavra vocação, ou missão de construir alguma coisa. A vida não pode ser infecunda, como uma parasita, que não contribui com nada. Sendo criatura, cada pessoa participa do projeto criador, de construir, de dar perfeição e condições de vida para toda a obra criada, principalmente, o ser humano.
Falar de chamado, como vocação, significa perfeição, mas também santidade, isto é, de uma vida ofertada para o bem da comunidade e para o seguimento de Jesus Cristo. Supõe engajamento comunitário para transforma a sociedade em ambiente de amor e fraternidade. Corremos o grande perigo da fuga e do distanciamento da realidade, da rebeldia contra a vontade do Criador, deixando lugar para o envolvimento do reino do mal, da injustiça e da falta de paz.
A12, 13-01-2014.
*Dom Paulo Mendes Peixoto é arcebispo de Uberaba (MG).
Dom Total
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