Nossa bondade é a luz que há de brilhar no mundo para que os homens vejam as boas obras.
Deus é Pai de todos. Não podemos classificar os nossos irmãos como bons e maus, com base em critérios morais.
Por Dom Antonio Carlos Rossi Keller*
No domingo passado, ouvimos Jesus dizer que não veio revogar, mas dar pleno cumprimento à lei e às profecias. Hoje, continuamos a ler este discurso, tirado do capítulo quinto de São Mateus, conhecido como o Sermão da Montanha. Jesus explica a novidade da Nova Aliança, do Novo Testamento, cuja base está assentada na caridade para com todos os homens! O preceito "de amar o próximo" é antigo! "Amarás o teu próximo como a ti mesmo!" (Levítico 19,17-18) Na prática, esse mandamento limitava-se aos membros do povo bíblico. Jesus alarga o horizonte e pede-nos para amarmos todos os homens, nossos irmãos.
Este amor universal torna-se sinal credível daquele Amor eterno e compassivo de Deus para com toda a humanidade. Por isso, Jesus convida-nos: "Sede perfeitos como é perfeito o vosso Pai celeste!" Apontando para o exemplo do Pai celeste, que faz brilhar o sol para bons e maus e que manda chover para justos e pecadores, Jesus pede-nos para dar a outra face e amar os inimigos. Jesus aponta-nos uma meta muito alta para não nos contentarmos com a mediocridade. O horizonte do Reino de Deus não fica limitado pelas dificuldades da terra, mas alarga-se até ao Céu!
Deus é Pai de todos. Não podemos classificar os nossos irmãos como bons e maus, com base em critérios ideológicos, religiosos, étnicos ou morais: "Deus não faz acepção de pessoas!" (Romanos 2, 11) Só Deus é termo de comparação para todos, porque Ele é "Clemente e compassivo, paciente e cheio de bondade". E se alguém é mau para conosco não é negando-lhes a chuva e o sol da nossa bondade que se tornará melhor. Além disso, recordemos que "Jesus morreu por nós quando éramos pecadores!" (Romanos 5, 8)
Deus ama gratuitamente! Deus é justo e Santo! Aceitemos o seu convite que nos dirigiu no livro do Levítico: "Sede Santos porque Eu sou Santo!" A nossa bondade para com todos é aquela luz que há de brilhar no mundo para que os homens vejam as nossas boas obras e nos possam reconhecer como discípulos de Jesus e glorifiquem o Pai que está nos Céus! Além disso, o nosso amor fraterno é sinal da nossa filiação divina! Guardemos no nosso coração a Palavra que Jesus nos dirige e ponhamo-la em prática com diligência para alcançarmos a perfeição, a santidade: "Amai os vossos inimigos! Orai pelos que vos perseguem para serdes filhos do vosso Pai celeste!"
CNBB, 20-02-2014.
*Dom Antonio Carlos Rossi Keller é bispo de Frederico Westphalen(RS).
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