16/02/2014

Só o amor cimenta o casamento

O encontro de noivos provenientes de mais de 30 países, que teve lugar a 14 de Fevereiro na Praça de São Pedro, foi inserido no encontro «A alegria do Sim para sempre», promovido pelo Pontifício Conselho para a Família. Durante o encontro o Papa respondeu a algumas perguntas que três casais lhe fizeram acerca do valor do matrimônio e traçou um quadro da sociedade contemporânea: «Muitas pessoas têm medo de fazer escolhas definitivas, para a vida inteira; parece impossível». E acrescentou: «Hoje tudo muda rapidamente, nada dura muito tempo». O Papa foi mais explícito quando referiu que o amor é uma relação «que se constrói como uma casa. E a casa se constrói juntos, não sozinhos».

A construção da casa não pode ser feita «sobre a areia dos sentimentos que vão e que vêm, mas sobre a rocha do amor verdadeiro, o amor que vem de Deus. A família nasce deste projeto de amor que quer crescer como se constrói uma casa que seja lugar de afeto, de ajuda, de esperança, de apoio. Mas todos juntos: afeto, auxílio, esperança, apoio! Como o amor de Deus é estável e para sempre, assim também queremos que seja estável e para sempre o amor que funda a família. Por favor, não nos deixemos vencer pela 'cultura do provisório'! Essa cultura que hoje nos invade a todos, essa cultura do provisório. Isso não é bom!». «Um matrimónio não obtém bom êxito somente se dura, mas é importante a sua qualidade. O desafio dos esposos cristãos é estar juntos e saber amar-se para sempre».

Francisco lembrou que na família a cortesia, as coisas simples, são importantes: «Com licença, obrigado, desculpe-me» são palavras que definem gentileza, humildade, cordialidade e que devem fazer parte do dia a dia de cada casal. «Pedir licença significa saber entrar com cortesia na vida dos outros. Mas ouçam o seguinte: saber entrar com cortesia na vida dos outros não é fácil! Não é fácil! Ao invés, por vezes, se usam maneiras de certo modo pesadas, com botas de montanha! O amor verdadeiro não se impõe com dureza e agressividade», disse o Papa, para depois acrescentar «em nossas famílias, em nosso mundo, muitas vezes violento e arrogante, é preciso muita cortesia».

«Na relação de vocês, e amanhã na vida matrimonial, é importante manter a consciência clara de que a outra pessoa é um dom de Deus e aos dons de Deus se diz: 'Obrigado!'. E com essa atitude interior dizer obrigado reciprocamente, para todas as coisas», lembrou Francisco. O Papa disse ainda que «na vida cometemos erros, muitos erros», mas que devemos «aprender a reconhecer nossos erros e a pedir desculpas»; nunca terminar o dia «sem fazer as pazes».
«Todos sabemos que não existe a família perfeita, e nem mesmo o marido perfeito, ou a mulher perfeita. Nem falemos da sogra perfeita! Existimos nós, pecadores. Jesus, que nos conhece bem, nos ensina um segredo: jamais terminar o dia sem pedir perdão, sem que a paz volte a nossa casa, a nossa família», acrescentou o Pontífice.

O casamento, segundo a reflexão de Francisco, deve ser «uma verdadeira festa, uma festa cristã, não uma festa mundana». O que torna o matrimónio «pleno e profundamente verdadeiro» é «a presença do Senhor que se revela e dá a sua graça». «Ele é o segredo da alegria plena, daquela alegria que verdadeiramente aquece o coração. Alguns estão mais preocupados com os sinais exteriores, com o banquete, as fotografias, as roupas e a flores... São coisas importantes numa festa, mas somente se forem capazes de indicar o verdadeiro motivo da alegria de vocês: a bênção do Senhor sobre o amor de vocês».


A finalizar afirmou que é «preciso crescerem juntos. E os filhos terão essa herança de ter tido um pai e uma mãe que cresceram juntos, fazendo-se – um ao outro – mais homem e mais mulher!». Mais que uma catequese, são palavras que devem abrir o coração dos casais, cristãos ou não, pois a família é a charneira da vida, presente e futura.

Fátima Missionária

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