28/02/2014

Veículos terão menores índices de CO2 no mundo

Medida sofreu intensas pressões do governo alemão, defendendo interesses de fabricantes.
Medida reduzira 422 mi de toneladas de emissões.
O Parlamento Europeu aprovou novos padrões para a emissão de dióxido de carbono (CO2) em automóveis, os mais rígidos do planeta.

Os veículos que saírem das fábricas em 2021 terão, em média, que emitir no máximo 95 gramas de CO2/km, o que deve ajudar a União Europeia a alcançar suas metas de corte de emissões em 20% para 2020 e, possivelmente, em 40% até 2030 – essa última ainda precisa passar por um processo legislativo para ser aprovada.

“Ende gut, alles gut”, comemorou a comissária europeia para Mudanças Climáticas, Connie Hedegaard, usando uma expressão em alemão que quer dizer algo como “tudo está bem quando acaba bem”.

“Após longas e difíceis discussões, estou feliz que um acordo ambicioso foi selado. Esse acordo fornece mais garantias para que o setor automobilístico possa planejar a produção de veículos mais eficientes [em relação ao] combustível e traz economia de dinheiro para os consumidores”, enfatizou Hedegaard.

A medida sofreu intensas pressões do governo alemão, defendendo interesses de fabricantes de veículos de luxo. O resultado foi o adiamento em um ano da entrada em vigor da nova meta, anteriormente prevista para 2020.

Hedegaard notou que a meta pode ser alcançada com tecnologias disponíveis atualmente, mas que o setor ainda precisa de clareza em longo prazo e, por isso, a Comissão começará a trabalhar sobre idéias para as metas pós 2020.

A meta de 95g CO2/km é uma média entre toda a frota de automóveis do bloco europeu, portanto, as emissões dos carros que superarem esse nível terão que ser compensadas por outros que emitam menos.

Os fabricantes de automóveis na UE já conseguiram ganhos significativos de eficiência, tendo baixado as emissões de 159g/km em 2007 para 132g/km em 2012. A meta para 2015 é de 130g/km, assim, houve uma redução de 27% no nível para 2021.

A comissão ressalta que a nova meta é uma situação benéfica para todos. As fábricas ganham em competitividade ao construírem carros com baixas emissões e preços que os consumidores possam pagar; os proprietários podem recuperar rapidamente qualquer aumento no preço de compra dos veículos através da diminuição da conta de combustível; e a economia europeia se beneficia com a queda nas importações de petróleo.

A ONG Transport & Environment (T&E) também comemorou a aprovação, lamentando apenas o adiamento para 2021.

“Esse adiamento em um ano foi um enfraquecimento desnecessário da lei para agradar os fabricantes alemães de luxo. Entretanto, o acordo final ainda é bom para o ambiente, para a economia e para os motoristas europeus”, disse Greg Archer, diretor da T&E.

A Avaliação de Impacto da medida, realizada pela Comissão Europeia, estima que a regulamentação reduzirá as emissões de CO2 em 422 milhões de toneladas, e as contas dos motoristas em € 500 ao ano.
Instituto Carbono Brasil

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