23/03/2014

"Franciscanos pela ecologia": reflexões sobre o Meio-ambiente inspiradas em três Papas


Cidade do Vaticano (RV) – João Paulo II, Bento XVI, Francisco e a salvaguarda da Criação. Esta é, em essência, a reflexão “Franciscanos pela ecologia”, divulgada pela Comissão inter-franciscana de justiça, paz e integridade da Criação. 

Publicada por ocasião do Dia Mundial da Água e do 35º aniversário da proclamação de São Francisco de Assis como “Celeste padroeiro dos cultores da ecologia” – ocorrida em 1979 por desejo de João Paulo II que assinou a Bula Inter sanctos -, a reflexão propõe “um texto sugestivo sobre a consciência e sobre o compromisso ecológico”.

O texto parte de uma premissa: no passado, eram os homens que temiam a natureza, enquanto nos últimos dois séculos “a situação deu uma reviravolta”, por causa de uma “cultura do desperdício, do descartável, da destruição”. “Atitudes que – escrevem os franciscanos – como nos recordou o Papa Francisco desde os primeiros dias de seu Pontificado, são antes de tudo anti-humanas e traem pela raiz a vocação humana, não só cristã, de custodiar”, com conseqüências danosas. 

Tais comportamentos, de fato “empobrecem a Terra de todos, tornando-a mais frágil e colocando em risco o ambiente que as gerações depois de nós receberão como herança, transgredindo assim a qualquer responsabilidade em relação a eles”.

Olhando para a figura de São Francisco de Assis, que intuiu como “o natural indique e participa do sobrenatural”, os franciscanos retomam os ensinamentos destes três Papas sobre o tema da ecologia, partindo de João Paulo II e de sua mensagem para o Dia Mundial da Paz de 1990: paz com Deus criador, paz com toda a Criação. “A partir daquele momento – sublinha o documento – expressões como ‘vocação ecológica’ e ‘conversão ecológica’ passaram a fazer parte do vocabulário católico”.

Quanto a Bento XVI, os franciscanos evidenciam como seu ensinamento sobre ecologia “permanece até hoje como o mais desenvolvido por um Papa sobre este tema”. Basta citar a Encíclica Caritas in veritate: “A Igreja tem uma responsabilidade pela Criação e deve fazer valer esta responsabilidade também em público”, defendendo não somente a terra, a água e o ar como dons da criação pertencentes a todos”, mas sobretudo “protegendo o homem contra a destruição de si mesmo”. (n. 51).

Por fim, Papa Francisco “nos habituou desde o início a uma ecologia em tempo integral”. Na homilia da Missa de início de Pontificado, em 19 de Março de 2013, o Papa Bergoglio afirmou que “quando não cuidamos da Criação e dos irmãos, então encontra espaço a destruição e o coração torna-se árido”.

O documento dos franciscanos chama a atenção para “toda manipulação de doutrinas religiosas no sentido anti-ecológico” e dedica amplo espaço, quer à participação dos frades na Conferência das Nações Unidas “Rio+20”, realizada no Rio de Janeiro em junho de 2012, quer na obra de defensores na ONU por parte dos Franciscans International “para enfrentar casos de injustiça ambiental ou para melhorar as políticas nacionais, de modo a proteger populações e planeta”.

Por fim, os discípulos do “Pobre de Assis” convidam a evitar, por um lado, as “atitudes extremas” que podem transformar o “eco ativismo em ecoterrorismo” e por outro, aquele “sonambulismo irresponsável” que rejeita o problema.

O comportamento mais correto, então, será feito de “pequenos e concretos passos”, realizados por “homens e mulheres de boa vontade”, pois “juntos é possível”. (JE)

Rádio Vaticano 

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