Elísio Assunção, sacerdote e missionário da Consolata, recebeu com «muita tristeza» a notícia da morte de Eurico Dias Nogueira, arcebispo emérito de Braga, com quem trabalhou em Moçambique. «Depois de saber do seu falecimento recordei com saudade e carinho as horas e os momentos que passámos juntos», disse o sacerdote.
O missionário da Consolata de 72 anos de idade começou a trabalhar com Eurico Dias Nogueira em 1970. Tinha, na altura, apenas 28 anos e era um «jovem sacerdote», «saído do seminário», conforme explicou em declarações à FÁTIMA MISSIONÁRIA. «A nossa relação era semelhante à de um pai e de um filho», uma vez que tínhamos «muita proximidade», justificou.
Segundo Elísio Assunção, esta relação foi «muito marcante» e contribuiu para «guiar» os seus «passos» de jovem sacerdote. O missionário da Consolata tinha em Eurico Dias Nogueira um «grande amigo», com características muito altruístas: era «firme, delicado, humilde, acolhedor, dialogante, atento aos problemas, defensor dos direitos humanos, atento à formação da Igreja e de professores, tinha respeito pelos missionários e teve uma relação próxima com os muçulmanos».
Em Moçambique, o prelado teve desavenças com a PIDE por ter afirmado publicamente que era contra a censura e alertou para a necessidade do respeito integral dos direitos humanos de todos os moçambicanos. «Foi um homem dos momentos difíceis», sintetizou o missionário da Consolata.
Eurico Dias Nogueira, arcebispo emérito de Braga, faleceu na última segunda-feira, 19 de maio, aos 91 anos. O prelado nasceu em Dornelas do Zêzere, diocese de Coimbra, na qual foi ordenado padre e bispo, depois de ter sido nomeado para a diocese moçambicana de Vila Cabral, em 1964, o que lhe permitiu participar no Concílio Vaticano II. Oito anos depois, Eurico Dias Nogueira seria transferido para a diocese de Sá da Bandeira, em Angola, voltando a Portugal em 1977, sendo nomeado arcebispo primaz de Braga.
Fátima Missionária
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