24/05/2014

Jovens enfrentam dificuldades e pedem ajuda

A associação CAIS tem mais pedidos de ajuda de jovens, uma consequência da crise econômica em Portugal. «Há 20 anos, estávamos a falar da exclusão dos sem-abrigo», mas, atualmente, as pessoas que pedem ajuda à CAIS «vêm de bairros camarários, não estão na rua, e têm habilitações ligeiramente acima daquelas que [tinham as pessoas que] recebíamos há 20 anos», disse Anabela Pedroso, presidente da associação.


«Eu diria que temos três tipos de pessoas» a pedir ajuda, disse a responsável, em declarações à agência Lusa, a propósito das comemorações dos 20 anos da associação. Além dos imigrantes da Europa central, que constituíram durante muito tempo o maior grupo de apoiados pela CAIS, a associação recebe pedidos de muitos cidadãos que estão em vias de perder a habitação e jovens pais sem habilitações académicas.


«[Recebemos pedidos de ajuda de] casais na ordem dos 45/55 anos que estão em vias de ficar a viver na rua», a quem a CAIS quer «criar novamente condições porque ainda não estão, a nível psicológico e emocional, totalmente destruídas», explicou a presidente, adiantando que tem aparecido um outro grupo de excluídos.


«O terceiro grupo, que agora tem aparecido, é de jovens. Na ordem dos 25/30 anos, que já são pais e que não encontram trabalho, até porque não têm habilitações», referiu Anabela Pedroso. «Depois temos uma parte residual de pessoas que, pela vida, por tudo o que lhes aconteceu, não têm grandes condições para voltarem a ter trabalho a não ser pela revista ou pelo apoio social que damos na própria CAIS», concluiu.


Para combater este problema, a associação criou e está a desenvolver vários programas de ajuda ao regresso ao trabalho. Buy@Work 2 é uma dessas iniciativas. O projeto funciona num grupo de sete empresas, às quais está associado um dos colaboradores apoiados pela CAIS e que vai fazer tarefas domésticas em nome de quem está no escritório. Outro dos planos da CAIS iniciou agora e conta com a ajuda de uma petrolífera, que se comprometeu a absorver, nos próximos dez anos, 300 das pessoas apoiadas pela associação.

Fátima Missionária

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