Separatistas pró-Rússia provavelmente confundiram o voo MH17 com outro tipo de aeronave.
Por Mark Hosenball
WASHINGTON - O governo dos Estados Unidos acredita que separatistas pró-Rússia provavelmente derrubaram o avião da Malaysia Airlines "por engano", sem perceber que se tratava de um voo comercial de passageiros, disseram autoridades de inteligência norte-americanas nesta terça-feira.
Falando sob condição de anonimato, as autoridades disseram que "a explicação mais plausível" para o fato de os separatistas terem disparado o que os EUA acreditam ser um míssil terra-ar SA-11 de fabricação russa contra o voo MH17 é de que confundiram com outro tipo de aeronave.
"Cinco dias após a queda, parece que foi por engano", disse uma das autoridades em declaração a repórteres.
As autoridades afirmaram que a conclusão delas foi sustentada por conversas interceptadas de separatistas pró-russos conhecidos, cujas vozes foram verificadas por agências norte-americanas.
Os interlocutores inicialmente se gabaram sobre a derrubada de um avião de transporte, mas depois reconheceram que poderiam ter cometido um erro, disseram os funcionários.
A queda na semana passada da aeronave, que operava o voo MH17, matou todas as 298 pessoas a bordo, aprofundando acentuadamente a crise ucraniana.
Homens armados separatistas no leste da Ucrânia, uma região onde a maioria da população fala russo, têm combatido forças do governo desde que manifestantes pró-Ocidente em Kiev derrubaram o presidente aliado de Moscou e a Rússia anexou a Crimeia em março.
O governo do presidente dos EUA, Barack Obama, disse estar convencido de que o voo MH17 foi derrubado na quinta-feira por um míssil SA-11 disparado do território no leste da Ucrânia controlado por separatistas pró-Rússia.
A administração disse ainda que a avaliação foi comprovada por dados e informações não especificados e por postagens amplas em mídias sociais, tanto pelo governo ucraniano e como pelos separatistas.
As autoridades de inteligência afirmaram nesta terça-feira que tinham relatos de que dezenas de aviões foram alvejados em áreas controladas pelo separatistas durante dois meses de combates entre as forças governamentais e rebeldes ucranianos. Dois deles eram grandes aviões de transporte, disseram os funcionários.
Um deles afirmou que até o avião da Malaysia Airlines ser atingido, a maioria, se não todos os aviões que foram alvos, voava a baixa altitude.
Autoridades disseram que os EUA não sabiam que os separatistas tinham a posse ou o controle de sistemas de mísseis SA-11 até o ataque contra o avião malaio.
Líderes separatistas negaram ter derrubado o avião da Malaysia Airlines, e a Rússia rejeitou qualquer envolvimento no incidente, sugerindo que o governo ucraniano era o responsável.
Reuters
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