Este ano, cerca de 550 jovens e adultos vão realizar projetos de voluntariado missionário em países em desenvolvimento e 992 em Portugal, indicou a Fundação Fé e Cooperação (FEC). Este é o maior número de voluntários em missão além-fronteiras desde que a FEC começou a divulgar estes dados, em 2003.
Catarina António, do Departamento de Educação para o Desenvolvimento da FEC, dá relevância ao aumento significativo de voluntários que este ano participam em missões em vários países, em comparação com os dados relativos a 2013 (405), registando um aumento de mais de uma centena de pessoas que «se dispuseram a partir».
Outra «grande diferença» diz respeito ao número de cidadãos que «largaram o seu emprego» para fazerem voluntariado. «Às vezes pensa-se que a maior parte das pessoas que vão são desempregados, são estudantes, e grande parte continua a ser estudantes que vão nas férias, mas muitos desses estudantes trabalham e estudam: ao irem numa missão ad gentes precisam de pedir uma licença sem vencimento ou desempregarem-se para partir», afirmou a responsável, em declarações à agência Ecclesia.
Conforme explica Catarina António, o voluntariado missionário implica «abandonar tudo», família, amigos, conforto, durante um período entre um mês e seis meses, e «ir para o desconhecido, às vezes para países onde as necessidades são enormes». «Isso implica toda uma mudança na vida de quem parte e notou-se este ano uma evolução nesses números», destaca a responsável.
Para a responsável da FEC, estas estatísticas deixam ainda uma mensagem muito significativa. «É uma forma de mostrar à sociedade, hoje em dia em que se fala tanto que se perderam valores, que o voluntariado missionário é uma forma muito presente no dia a dia e que o voluntariado nacional continua a existir de uma forma muito focada», frisa.
Fátima Missionária
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