22/07/2014

Seis dias para debater e gingar



DIVULGAÇÃO / ÉDEN BARBOSA

A abertura do evento acontece com um debate no Centro Dragão do Mar. Dois cursos de capoeira são ofertados ao longo da semana

“Hoje tem capoeira/ No toque da viola chega pra roda / E vamos jogar”, convida a canção composta por Mestre Olho de Gato. Ao som do berimbau, Fortaleza recebe hoje a primeira edição do Festival Internacional Viva Capoeira Viva. O evento segue até sábado, 26, e reúne apresentações, debates, oficinas e vivências de manifestações afro-brasileiras. A programação contemplará diversos pontos culturais da cidade e contará com a presença de mestres e capoeiristas de todo o Ceará, além de convidados de outros estados e países.

“É um evento cultural em que o foco principal é capacitar e fomentar uma discussão sobre a cultura afro-brasileira em Fortaleza. Promover um debate que traga algo além do aspecto atlético do jogo, suas questões históricas e a capoeira como vivência”, afirma Luciano Hebert, corda marrom do Grupo Capoeira Brasil e coordenador do evento.

Com elementos de dança, luta, música, jogo, arte e folclore, a capoeira se configura como uma manifestação cultural brasileira surgida nos tempos da escravidão. O que a distingue da maioria das outras artes marciais é a musicalidade presente no jogo. As músicas entoadas cantam temas como o cotidiano dos escravos, o sofrimento vivido nas grades fazendas da colônia e os ideais de liberdade. “Eu pareço andorinha querendo fazer verão, uma gota de água doce querendo ser ribeirão, uma semente caída querendo ser plantação”.

Debate com Ginga
A abertura do evento nesta segunda será o “Debate com Ginga”, o programa é desenvolvido mensalmente no Dragão do Mar e desta vez debaterá o tema “Heranças Africanas”. Haverá a participação do Formado Atabaque, corda preta do Grupo Capoeira Brasil; William Pereira, presidente da Associação Nação Iracema; Lúcia Simão, fundadora do Movimento Negro no Ceará e Lairton Guedes, presidente da Associação Txai Cultura e Arte. Além disso, a abertura terá vivências em Maracatu, com José Maria de Paula e Henrique Rocha; e de dança com a bailarina Lidiane Spinosa.

Haverá ainda a apresentação do espetáculo InGaiola: Da fechadura à asa, com direção e concepção da bailarina Dayane Ferreira, no Teatro Antonieta Noronha. O encerramento do Festival com a Batucada de Bambas. O som terá intervenções de capoeira e maculelê.

Os capoeiristas
“Há um tempo eu me afastei um pouco da capoeira e percebi que ela nunca se afastou de mim. Nunca deixei de respeitar uma roda de jogo e um berimbau tocando, por exemplo”, relembra Gleydson Moreira, integrante do Grupo Capoeira Brasil. Ele garante presença no evento a afirma estar ansioso para o Festival.

Para Cris Cysne, a mostra “é uma importante oportunidade de vivência”. Segundo ela, quem faz capoeira é movido por paixão. “Você encontra um retorno e a capoeira nunca lhe abandona. Isso é o mais fascinante. A gente desenvolve conhecimento cultural, histórico, sobre o folclore, sobre nossas raízes, além do companheirismo e convívio em grupo. A capoeira faz parte da minha vida”, conclui.

PROGRAMAÇÃO

21/07

19 horas - Debate com Ginga sobre Heranças Africanas

Palestrantes: Formado Atabaque, William Pereira, Lúcia Simão e Lairton Guedes.

Vivências: Maracatu com José Maria de Paula e Henrique Rocha e de Dança com Lidiane Spinosa.

Local: Auditório do Centro Dragão do Mar (Rua Dragão do Mar, 81, Praia de Iracema)

22/07

19 horas - Curso de capoeira com Mestre Kim e Mestre Marcão

Local: Escola São Rafael (Rua dos Tabajaras, 224, Praia de Iracema)
23/07

19 horas - Curso de capoeira com Mestre Peninha e Mestre Piolho

Local: Escola São Rafael

24/07

19 horas - Batizado e troca de cordas infantil

Local: Escola João de Freitas Ramos (Rua Olho Dágua, 2123, Eusébio - Estrada do Fio)

25/07

19 horas - Espetáculo Ingaiola e batizado adulto

Local: Teatro Antonieta Noronha (Rua Pereira Filgueiras, 04, Centro)

26/07

14 horas - Vivências de capoeira com o Mestre Luiz Renato e Mestre Cibriba

Continuação da Vivência com Mestre Luiz Renato + Oficina de iniciação ao canto com Adread Jó

Local: Escola São Rafael

20 horas - Batucada de Bambas, roda de capoeira e maculelê

Local: Rua dos Tabajaras, 374, Praia de Iracema

Valores:

Entrada franca: dias 21, 24 e 25

Cursos: R$ 30 por dia

Sábado: R$ 30 o turno; R$ 60 o dia.

Batucada de Bambas: R$ 10

Pacote completo: R$ 100

http://www.opovo.com.br/app/opovo/vidaearte/2014/07/21/noticiasjornalvidaearte,3285007/seis-dias-para-debater-e-gingar.shtml

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