29/08/2014

«Quero ser missionário e estou disponível»

Sessenta e sete pessoas originárias de 11 países estão a participar no Curso de Missiologia em Fátima. Assim como as nacionalidades, também a área de formação dos vários cursistas é muito diferente. Entre os participantes encontram-se religiosos, missionários, seminaristas e estudantes. Há ainda cursistas formados em medicina, sociologia e advocacia. 

Hipólito Vida é natural Nampula, norte de Moçambique, e membro temporário da Sociedade Missionária da Boa Nova. Tem 31 anos, está a fazer o curso de Teologia na Universidade Católica do Porto e explicou à FÁTIMA MISSIONÁRIA porque está a seguir a vida religiosa. «O meu sonho é trabalhar, sobretudo, nos sítios onde há mais necessidade. Quero ser missionário e estou disponível para trabalhar em todo o lado onde me mandarem», disse. «Para qualquer sítio para onde vá irei com muita alegria porque é isso que eu quero», frisou o seminarista.

Recordando o país onde nasceu, Hipólito Vida afirmou que «Moçambique é capaz de ir muito mais longe» e referiu que a Igreja também pode tomar medidas para ajudar o país africano através do envio de missionários, o que «tem estado a fazer até agora». «Cabe a nós, moçambicanos, estarmos abertos para receber este ‘novo’ e diferente que vem de fora», referiu. Aludindo ao Curso de Missiologia, o seminarista disse que a formação está a «ultrapassar as expetativas» que tinha inicialmente. «Tenho aprendido imenso. Acho que escolheram professores dignos. É isso que nós precisamos», destacou.

Patrícia Bernardino, médica de família e leiga, é natural de Trás-os-Montes, mas reside no Porto e optou por dedicar esta semana ao Curso de Missiologia. A profissional de 33 anos trabalha numa unidade de saúde familiar em Matosinhos, «muito próxima da comunidade» e tem contacto com «algumas pessoas com muitas carências».

Além de exercer medicina, Patrícia Bernardino é ministra extraordinária da comunhão e cooperadora na Capelania no Hospital de São João. «Acredito que aquilo que faço diariamente é missão. A missão não é só partir além fronteiras, começa já aqui», disse a médica, acrescentando que o Curso de Missiologia «há muito» que a interessava e está a «superar» as suas expetativas.

A socióloga e investigadora Maria Rézio, de 59 anos, também escolheu fazer a formação. Pertencente ao gabinete de investigação da Universidade Católica Portuguesa, a cursista é licenciada em sociologia, tem um mestrado em criminalidade e segurança interna e o doutoramento em sociologia e área urbana. «Estou neste momento a desenvolver uma investigação sobre a fundadora das Irmãs Concepcionistas ao Serviço dos Pobres, que está num processo de canonização. Já foi considerada venerável e, portanto, estamos a todo o momento a aguardar que o Santo Padre pronuncie a sua canonização», explicou.

Maria Rézio também pertence ao Movimento Secular das Irmãs Concepcionistas ao Serviço dos Pobres e considera que a formação está a ser «muito gratificante». Natural do distrito da Guarda, mas a residir nas Caldas da Rainha, a investigadora trabalhou 39 anos na área da saúde onde lidou «muito com a toxicodependência, violência doméstica, exclusão social e com alcoólicos». Ao longo do seu percurso profissional, fundou também algumas associações. Agora que está aposentada, a socióloga disse estar a tentar direcionar a sua atividade «para as obras sociais».

Fátima Missionária

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