07/01/2015

Ao menos 12 pessoas morrem em ataque a jornal em Paris


REUTERS/Jacky Naegelen


REUTERS/Jacky Naegelen / Equipe socorre uma das vítimas do atentado ao jornal Charlie Hebdo, em paris


Equipe socorre uma das vítimas do atentado ao jornal Charlie Hebdo, em paris

INTOLERÂNCIA


Ao menos 12 pessoas morrem em ataque a jornal em Paris


Diretor do jornal e chargistas estão entre os mortos. França entra em alerta máximo


07/01/2015 | 09:41 | GAZETA DO POVO, COM AGÊNCIASatualizado em 07/01/2015 às 15:00




Homens armados e encapuzados mataram a tiros 12 pessoas no prédio do jornal de sátiras Charlie Hebdo, em Paris, que foi alvo de ataque a bomba no passado após publicar charges com piadas sobre líderes muçulmanos e o profeta Maomé, informou a polícia nesta quarta-feira.


O presidente da França, François Hollande, esteve no local logo após o ataque, e o governo francês elevou o alerta de segurança do país ao nível máximo. “Esse é um ataque terrorista, não há dúvida disso”, disse Hollande a repórteres.



Testemunhas afirmam que os atiradores seidentificaram como membros do braço da rede terrorista Al Qaeda no Iêmen. As autoridades francesas, no entanto, ainda não confirmaram a autoria do atentado.


Mortos


O jornalista, caricaturista e diretor da revista “Charlie Hebdo”, Charb, e outros três dos principais chargistas do semanário satírico francês, Cabu, Tignous e George Wolinski (um dos mais conceituados quadrinistas do mundo), estão entre os 12 mortos do ataque cometido nesta quarta-feira em Paris.


O advogado da publicação confirmou à emissora “France Info” os nomes das quatro vítimas. Segundo o último informe, o ataque deixou mais de 20 feridos, quatro deles em estado grave.


Em um francês aparentemente pouco fluente, chamaram pelo nome vários dos jornalistas da revista e dispararam contra eles.


Ao sair do edifício trocaram disparos com vários policiais e fugiram inicialmente em um Citroën C1 negro, que abandonaram depois em uma rua.


O policial Rocco Contento descreveu o interior do prédio como uma “carnificina” após o ataque.


Testemunhas


Testemunhas disseram ao canal de notícias francês iTELE terem visto o incidente a partir de um prédio próximo no coração da capital francesa.


“Cerca de meia hora atrás dois homens com capuz preto entraram no prédio com (fuzis) Kalashnikovs”, disse Benoit Bringer à emissora. “Poucos minutos depois, nós ouvimos vários tiros”, disse, acrescentando que os homens depois foram vistos fugindo do prédio.


A sede do Charlie Hebdo foi alvo de ataque com uma bomba incendiária em novembro de 2011 após o jornal ter publicado uma imagem do profeta Maomé em sua capa.


Alerta máximo


O presidente da França, François Hollande, elevou o alerta antiterrorismo para o nível mais alto após o ataque à revista satírica que deixou pelo menos 12 mortos nesta quarta-feira em Paris.


Hollande, que se dirigiu ao local do ataque, declarou que a ação foi um ataque terrorista e afirmou que quatro feridos estão “entre a vida e a morte” após homens mascarados terem invadido o local e realizado disparos com rifles AK-47. O presidente disse também que policiais estão entre as vítimas e declarou que vários ataques terroristas foram evitados no país nas últimas semanas.


Hollande fará um pronunciamento para a nação às 20h locais (17h de Brasília).


As 11 primeiras mortes (depois atualizadas para 12) foram confirmadas por Xavier Castaing, chefe de comunicação da polícia de Paris.


Ameaças


A publicação semanal é alvo de várias ameaças por causa da publicação de caricaturas do profeta Maomé e de outros desenhos controversos.


Em 2011 houve um incêndio no escritório da revista horas antes de uma edição especial da publicação semanal com o profeta Maomé ir às bancas. A representação de Maomé é inaceitável para os muçulmanos.


Segundo Luc Poignard, funcionário do sindicato dos policiais de Paris, os homens que realizaram o ataque deixaram o local em dois veículos.


Repercussão e solidariedade


A chanceler alemã, Angela Merkel, expressou repúdio nesta quarta-feira pelo atentado contra a revista satírica francêsa “Charlie Hebdo”, incidente que classificou como “ataque contra a liberdade de imprensa e expressão”, dois “pilares da sociedade democrática”.


O atentado sofrido na sede da revista em Paris é absolutamente “injustificável”, criticou a chanceler em mensagem enviada ao presidente francês, François Hollande, na qual expressa sua “comoção”.


O ataque é um “ato abominável”, onde além atentar “contra a vida de cidadãos e cidadãs francesas”, assim como a segurança nacional do país, foi feito contra a liberdade de imprensa e expressão.


“Quero expressar, ao senhor e a seus compatriotas, as condolências dos cidadãos alemães e as minhas pessoais”, prossegue a mensagem, divulgada pela Chancelaria.


Nos Estados Unidos, a Casa Branca condenou “nos termos mais fortes” o ataque e se comprometeu a ajudar na caça aos terroristas. “Os EUA estão determinados a ajudar a França a prender e levar os responsáveis pelo ataque ao ‘Charlie Hebdo’ à Justiça”, afirmou o porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest, em entrevista à CNN.


O primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, condenou nesta quarta-feira o atentado cometido contra o semanário satírico francês “Charlie Hebdo”, no centro de Paris, no qual pelo menos onze pessoas morreram e várias ficaram feridas.


Cameron disse que os responsáveis pelo atentado contra a publicação são “doentes” e se solidarizou com o povo francês na luta contra o terrorismo.


“Estamos com o povo francês na luta contra o terror e na defesa da liberdade de expressão”, afirmou.


O vice-primeiro-ministro britânico, Nick Clegg, disse que a ação foi um “ataque” contra a liberdade de expressão e manifestou sua solidariedade com “as vítimas, famílias e colegas”.


A presidente Dilma Rousseff lamentou nesta quarta-feira (7) o atentado à sede do jornal satírico francês “Charlie Hebdo” que deixou 12 mortos na manhã de hoje em Paris. Para a presidente, além das perdas humanas, o atentado representa também um ataque à liberdade de imprensa.


UE


O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, qualificou nesta quarta-feira de “ato intolerável” o ataque contra o semanário satírico francês “Charlie Hebdo”, que deixou pelo menos doze mortos.


“É um ato intolerável, uma barbárie que nos preocupa a todos como seres humanos e como europeus”, disse Juncker em um comunicado.


O líder do Executivo comunitário se declarou “profundamente consternado pelo ataque brutal e desumano”, e expressou sua solidariedade com as vítimas e seus parentes.


“Expresso em meu próprio nome e em nome da Comissão Europeia nossa máxima solidariedade com a França”, acrescentou.


Já o presidente do parlamento Europeu, Martin Schulz, disse em sua conta do Twitter que estava “profundamente consternado” pelo ataque e que seus pensamentos estão com a equipe da revista, os policiais e familiares.


Egito


Governo egípcio condena “energicamente” atentado de Paris


O ministro das Relações Exteriores egípcio, Sameh Shoukry, mostrou nesta quarta-feira sua “enérgica” condenação ao atentado contra a sede da revista satírica francesa “Charlie Hebdo” em Paris, que deixou pelo menos 12 mortos.


Segundo um comunicado oficial, Shoukry expressou a solidariedade do Egito com a França e seu apoio na luta antiterrorista.


Para o ministro das Relações Exteriores, “o terrorismo é um fenômeno internacional cujo alvo é a segurança e a estabilidade no mundo” e pediu que sejam unificados os esforços internacionais para acabar com ele.


O texto também expressa as condolências do Egito às famílias das vítimas, ao povo e ao governo da França.


Aguarde mais informações




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