Arcebispo salvadorenho foi assassinado em 1980 pela junta militar que dominava o país
Francisco falava aos jornalistas, durante o voo de regresso a Roma, desde Manila, e adiantou que a cerimónia de beatificação deverá ser presidida pelo cardeal Angelo Amato, presidente da Congregação para as Causas dos Santos, ou pelo postulador da causa de canonização, D. Vicenzo Paglia.
“Eu, pessoalmente, não [vou presidir]: os beatos normalmente são declarados pelo cardeal do dicastério ou por outro”, explicou.
Nos três anos em que serviu as comunidades católicas da capital de El Salvador (São Salvador), o arcebispo Romero denunciou a repressão do regime militar e da violência praticada pelos esquadrões da morte.
Em 2007, durante a viagem para o Brasil, o Papa emérito Bento XVI disse aos jornalistas que D. Oscar Romero “foi certamente uma grandiosa testemunha da fé, um homem de grandes virtudes cristãs, que se comprometeu pela paz e contra a ditadura, e que foi assassinado durante a celebração da Missa”.
“Portanto, uma morte verdadeiramente “credível”, de testemunho da fé”, acrescentou.
O Papa Francisco, por sua vez, disse em agosto do último ano, durante o voo de regresso da Coreia, que o arcebispo Romero “é um homem de Deus”.
A comissão de teólogos da Congregação para as Causas dos Santos (Santa Sé) reconhece este ano o martírio do arcebispo, decisão que tem de ser ratificada numa reunião de cardeais com o Papa.
O rito de beatificação constitui uma etapa essencial para a canonização, mediante a qual um cristão é declarado santo e se alarga a sua veneração a todas as nações e congregações religiosas.
A causa de beatificação de Oscar Arnulfo Romero, cujos restos mortais jazem na catedral da capital salvadorenha, iniciou a sua fase diocesana em 1994, que foi concluída em 1996.
O processo foi então apresentado ao Vaticano, no mesmo ano, e em 1997 foi recebido por Roma o decreto por meio do qual a causa era oficialmente aceite como válida.
Em 2010, o soldado responsável pela morte de D. Oscar Romero, capitão Álvaro Saravia, admitiu que o arcebispo foi assassinado “por ódio à fé”, o que contribuiu para dar seguimento ao processo de beatificação do prelado.
D. Gregorio Rosa, amigo e colaborador de D. Oscar Romero, este em Portugal em maio de 2013 e disseentão à Agência ECCLESIA que o prelado foi um “mártir” que incomodou poderes, em defesa dos Direitos Humanos.
OC
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