Mobilização marcada pelas redes sociais tomou várias cidades do país.
Em Buenos, houve confronto com a polícia e ao menos 4 se feriram.
Da EFE
Milhares de pessoas tomaram as ruas em diferentes cidades da Argentina nesta segunda-feira (19) para expressar sua comoção e reivindicar que se esclareça a morte do promotor Alberto Nisman, encarregado da causa do atentando contra a instituição israelita Amia, que deixou 85 mortos em 1994.
As manifestações foram convocadas espontaneamente através das redes sociais em cidades como Mar del Plata, Mendoza, Córdoba, Santa Fé, La Rioja e San Luis, mas, a maior de todas, aconteceu em Buenos Aires, onde houve confronto e quatro pessoas sofreram ferimentos leves.
Na capital, milhares de pessoas tomaram as principais avenidas da cidade e se concentraram na emblemática Praça de Maio, com cartazes com palavras de ordem como “Eu sou Nisman”, “Justiça para Nisman” e “Todos somos Nisman”. Alguns manifestantes também se reuniram em frente à residência presidencial de Olivos, nos arredores da cidade.
Junto aos panelaços, buzinas e aplausos, os portenhos gritaram palavras de ordem contra o governo e a presidente argentina, Cristina Kirchner, que na semana passada foi denunciada por Nisman pela assinatura de um acordo com o Irã, que supostamente implicava no acobertamento de alguns dos principais acusados do atentado contra a organização judaica.
manifestantes e policiais
(Foto: Marcos Brindicci/Reuters)
Na manifestação da Praça de Maio, quatro pessoas ficaram feridas e tiveram que ser transferidas para um hospital depois que as forças de seguranças utilizaram gás de pimenta para controlar os manifestantes, que, no momento mais tenso, tentaram pular as cercas que protegem a Casa Rosada, a sede do Executivo.
“Em primeiro lugar estou aqui em defesa das instituições, para defender a divisão de poderes na democracia”, disse à Agência Efe um manifestante, nas imediações da Praça de Maio.
O corpo de Nisman foi encontrado na noite deste domingo (19) em sua casa, no bairro de Puerto Madero.
Segundo as primeiras investigações, o promotor morreu após supostamente disparar contra sua própria têmpora com uma pistola calibre 22, que os investigadores encontraram junto a seu corpo.
Nisman, de 51 anos e que estava à frente da Promotoria Especial de Investigação do Atentado à Amia desde 2004, tinha garantido que possuía provas que demonstravam que o Irã e a organização Hezbollah estiveram por trás do planejamento e da execução desse ataque.
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