Gonzaga Mota*
De forma bastante resumida tentaremos, salvo melhor juízo, para análise e reflexão do leitor, mostrar três pontos referentes ao atual momento do Brasil. O primeiro diz respeito às “dificuldades” políticas e econômicas que deverão ocorrer, pelo menos, nos próximos dois anos. Não será fácil, infelizmente, um bom relacionamento entre os Poderes Executivo e Legislativo. Do ponto de vista da economia, acreditamos numa inflação persistente e acima da meta, bem como em baixos níveis de crescimento, instabilidade no setor externo, com ênfase nas transações correntes, risco de elevação da taxa de desemprego, baixa competitividade, dentre outros fatores. Diante do mencionado, é provável que enfrentemos significativos problemas, notadamente as classes média e inferior. É fundamental, para sairmos das crises política, institucional e econômica, que o Poder Judiciário, de modo transparente e eficaz, seja o “equilíbrio” da sociedade brasileira. Os casos de corrupção, por exemplo, deverão ser apurados, analisados e julgados, condenando-se os culpados (corruptos e corruptores) e absolvendo-se os inocentes. Os brasileiros confiam no bom desempenho da Justiça, do Ministério Público e da Polícia Federal. O terceiro ponto refere-se à “defesa” da Constituição e não admitir investidas, partam de onde partirem, contra a Democracia e a liberdade que lhe é intrínseca. Assim, “dificuldades”, “equilíbrio” e “defesa” formam um tripé para nossas reflexões. Acrescente-se, ainda, a mais frágil democracia é preferível a qualquer ditadura, considerando-se a perspectiva de liberdade, de educação livre e de direitos básicos da cidadania.
*Integra a Academia Metropolitana de Letras de Fortaleza, poeta, escritor, professor da UFC e ex-governador do Ceará
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