03/05/2015

Homem de 101 anos resgatado uma semana após o terremoto no Nepal

As equipas de socorro só agora começam a chegar a algumas das zonas mais remotas do país MENAHEM KAHANA/AFP

As equipes de socorro só agora começam a chegar a algumas das zonas mais remotas do país MENAHEM KAHANA/AFP


Equipes de socorro encontraram-no entre os escombros da sua casa, com ferimentos ligeiros. Três mulheres foram também encontradas com vida, mas a situação no Nepal é cada vez mais caótica.


Um homem com 101 anos e três mulheres foram resgatados dos destroços das suas casas nas últimas horas, mais de uma semana depois do terremoto no Nepal. Apesar destas histórias de sobrevivência, o número de vítimas mortais continua a subir às centenas por dia, e ninguém faz ideia onde irá parar.


Até ao momento foram encontrados 7056 corpos, mas o general nepalês Gaurav Rana, que coordena as operações de socorro, diz que podem ter morrido 10.000 pessoas – o número repetido com mais insistência nos últimos dias. Mas também podem ter morrido 15.000, disse o mesmo responsável.


As equipes de socorro só agora começam a chegar a algumas das zonas mais remotas, que já eram de difícil acesso antes de o terremoto de magnitude 7,8 ter atingido o coração de um dos países mais pobres do mundo, há oito dias.


“O tempo é um inimigo, mas a falta de recursos é também algo que nos preocupa muito neste momento”, disse o general nepalês ao canal norte-americano NBC. Gaurav Rana respondeu também às acusações de que as autoridades do país não estão a fazer tudo o que podiam para facilitar a chegada de ajuda humanitária aos oito milhões de pessoas afectadas pela catástrofe: “É mentira. Mas é compreensível que as pessoas respondam dessa forma quando não recebem ajuda em tempo útil.”


À dimensão da catástrofe natural juntam-se as dificuldades de acesso a áreas remotas, a falta de meios e o excesso de burocracia na entrada de ajuda humanitária no país, uma acusação lançada pela ONU no sábado.


As autoridades do país defendem-se das acusações de lentidão na entrega da ajuda com os mesmos argumentos – mais do que incompetência ou falta de coordenação, é a dimensão da catástrofe e a falta de meios que têm atrasado a chegada de bens essenciais às zonas mais remotas, e também mais afetadas pelo terremoto. Quanto ao excesso de burocracia, o Governo local suspendeu a cobrança de taxas para a entrada no país de lonas e tendas na sexta-feira, mas diz que tem de inspecionar todos os carregamentos que chegam ao aeroporto de Katmandu.


Para agravar ainda mais este cenário, a única pista do único aeroporto internacional do país começou a ceder ao peso da aterragem de aviões militares de carga, e agora só é permitida a chegada de aeronaves mais leves. Além dos voos com ajuda humanitária, foram vários os aviões que aterraram no aeroporto internacional de Katmandu na última semana, com voluntários, funcionários de organizações internacionais e jornalistas. O responsável pelo Aeroporto Internacional de Tribhuvan, Birendra Shrestha, disse que a pista não está preparada para receber gigantescos aviões militares e que só tem capacidade para manter no solo nove aviões de cada vez.


 


Idoso resgatado com ferimentos leves


Os quatro sobreviventes foram resgatados nos distrito de Sindhupalchok e Nuwakot, a algumas dezenas de quilômetros da capital, Katmandu, mas a uma distância que tem sido quase impossível de percorrer pelas equipas de socorro devido aos deslizamentos de terra e ao mau tempo. A forma mais rápida de distribuir água e comida, e de procurar sobreviventes e recolher corpos, é através de helicóptero, mas as operações de ajuda de maior envergadura – como a dos Estados Unidos – só começaram a chegar ao terreno este fim de semana.


Um dos sobreviventes é um homem com 101 anos, que foi resgatado dos destroços da sua casa, no distrito de Nuwakot, 80 quilômetros a noroeste de Katmandu.


O homem, identificado como Funchu Tamang, foi encontrado no sábado com ferimentos ligeiros e está a recuperar num hospital da região, disse à agência AFP o responsável pela polícia local, Arun Kumar Singh. “Foi levado para o hospital distrital de helicóptero. A situação dele é considerada estável. Tem ferimentos no tornozelo esquerdo e numa das mãos, e está junto da sua família”, disse o mesmo responsável.


As equipas de socorro encontraram também três mulheres, já neste domingo, no distrito de Sindhupalchok. Duas delas estavam debaixo dos destroços do que restou das suas casas, e uma terceira foi encontrada parcialmente soterrada após um deslizamento de terras.


Enquanto as cada vez mais raras boas notícias chegavam do distrito de Sindhupalchok – um dos mais pobres do país e um dos mais afetados pelo terremoto –, as más notícias continuavam a chegar às dezenas ainda mais a Norte, junto à fronteira com o Tibete, no distrito de Rasuwa.


 


Fonte: Público



http://www.paroquiasantoafonso.org.br/?p=12997

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