15/06/2015

Anistia Internacional critica crise de refugiados


A situação é particularmente desesperadora para os quatro milhões de refugiados sírios.




A Anistia afirmou que ao menos 1.865 migrantes morreram em 2015.



A Anistia Internacional denunciou nesta segunda-feira em um relatório o fracasso da comunidade internacional diante da “pior crise de refugiados desde a Segunda Guerra Mundial”, e pediu aos Estados uma maior cooperação.


“Do mar de Andaman ao Mediterrâneo, as pessoas morrem buscando desesperadamente um lugar seguro”, lamentou Salil Shetty, secretário-geral desta organização para a defesa dos direitos humanos, em um documento publicado nesta segunda-feira.


“A crise dos refugiados é um dos principais desafios do século XXI, mas a resposta da comunidade internacional foi um fracasso vergonhoso. Precisamos de uma reforma radical das políticas e práticas para criar uma estratégia global coerente”, acrescentou.


“A crise dos refugiados atual não se resolverá se a comunidade internacional não reconhecer que este é um problema mundial que requer que os Estados intensifiquem de maneira significativa a cooperação internacional”, advertiu.


Neste informe, a Anistia fez várias recomendações à comunidade internacional, entre elas a criação de um fundo para os refugiados e um compromisso coletivo de receber um milhão de refugiados nos próximo quatro anos.


A situação é particularmente desesperadora para os quatro milhões de refugiados sírios, 95% dos quais vivem em cinco países vizinhos da Síria (Turquia, Líbano, Jordânia, Iraque e Egito), afirma a Anistia, que explica que estes países estão lotados.


“Nenhum país deveria ser deixado sozinho diante de uma crise humanitária maciça simplesmente porque compartilha uma fronteira com um país em conflito”, estimou Shetty.


Na crise dos migrantes no Mediterrâneo, a Anistia avalia com satisfação as medidas adotadas pelos países da União Europeia para reforçar a operação Triton de resgate, mas convoca a fazer mais, em especial mediante a criação de novas vias legais de chegada dos refugiados.


“A comunidade internacional está lidando com a crise mundial de uma maneira muito fragmentada, colocando remendos aqui e ali”, disse em Beirute à AFP Khairunissa Dhala, uma investigadora sobre refugiados da Anistia.


“Mas esperamos uma resposta mais coordenada”, acrescentou, após o ato de apresentação do relatório na capital libanesa.


A operação Triton foi lançada em novembro de 2014 para ajudar a Itália a controlar suas fronteiras marítimas e resgatar os imigrantes. Depois de uma série de naufrágios que deixaram centenas de mortos, a Comissão Europeia decidiu em abril triplicar o orçamento da operação.


A Anistia afirmou que ao menos 1.865 migrantes morreram em 2015 tentando cruzar o Mediterrâneo do norte da África à Europa, contra os 425 mortos no mesmo período do ano passado.


Muitos países europeus seguem reticentes em receber refugiados, e a Anistia estima que é preciso acomodar 300.000 por ano nos próximos quatro para aliviar a crise.



AFP


http://www.paroquiasantoafonso.org.br/?p=15446

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