Comentário ao Evangelho da Semana Santa – 20 de março
«O Senhor deu-me a graça de falar como um discípulo, para que eu saiba dizer uma palavra de alento aos que andam abatidos.Todas as manhãs Ele desperta os meus ouvidos para eu escutar como escutam os discípulos.O Senhor abriu-me os ouvidos e não resisti»
Neste Domingo de Ramos entramos na Semana Santa durante a qual Deus, por meio do aniquilamento e a glorificação do seu Único Filho Jesus, salva a humanidade do pecado e da morte eterna. Na celebração vivemos uma complementariedade: primeiro, Cristo entra triunfalmente na cidade de Jerusalém, acolhido com hinos de glória. Depois, durante a Eucaristia, lemos já a descrição da Paixão e da Morte do Senhor Jesus. Desta forma, a liturgia apresenta-nos em resumo a vida dos indivíduos, das sociedades e da história da humanidade, vidas em que há momentos de glória e de grande beleza, e momentos em que o sofrimento, e a morte mesmo, são o quinhão amargo da existência humana.
Nesta primeira leitura é-nos apresentado um discípulo profeta, que recebe uma mensagem de Deus, mensagem que ele tem de proclamar ao povo, quer o povo queira ou não recebê-la. Essa mensagem será por muitos rejeitada, e por outros bem acolhida. O profeta que recebe a mensagem de Deus considera-se feliz por ter recebido de Deus a graça de proclamar a palavra d’Ele ao povo. Não o faz só por si próprio, pois afirma que todas as manhãs Deus o desperta, lhe abre os ouvidos para bem receber a palavra, e que lhe dá energia para bem pregar essa Palavra. Mas essa mensagem inclui sofrimento e rejeição, rejeição e sofrimento que terminarão na explosão da glória duma vida sem fim e perfeitamente feliz. Essa mensagem-missão, que é de cada discípulo, de cada batizado em Cristo, terá o seu cumprimento perfeito em Jesus Cristo, Salvador.
É durante a Semana Santa que a mensagem será plenamente cumprida – na paixão, morte e ressurreição do Senhor Jesus. E é durante esta semana que é mister receber, digerir e ruminar a mensagem que os acontecimentos da paixão e da ressurreição de Cristo nos dão. Jesus sofreu por amor. Jesus amou tanto que quis ficar connosco na Eucaristia, dizendo-nos: «Fazei isto em memória de mim». Uma verdade que não devemos esquecer: Cristo salvou-nos por meio do sofrimento e da morte que sofreu no seu corpo. Ora esse corpo, ele recebeu-o da substância da sua Mãe Maria, foi no seio dela que ele foi concebido por obra do Espírito Santo e se desenvolveu durante nove meses. Por isso Maria tem para nós uma parte importante durante a Semana Santa.
Na palavra de Deus na primeira leitura acima citada, vemos que todos nós somos discípulos de Cristo e, como tal, devemos «saber dizer uma palavra de alento aos que andam abatidos»; «escutar o Senhor como discípulos todas as manhãs quando ele desperta os nossos ouvidos»; e «não resistirmos nem recuarmos um passo ao recebermos as mensagens do Senhor».
Fátima Missionária
Jesus amou tanto que quis ficar connosco na Eucaristia
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