23/03/2016

Papa celebra lava-pés com refugiados católicos, ortodoxos, muçulmanos e hindus

Cerimônia de Quinta-feira Santa vai decorrer em centro de acolhimento italiano, fora de Roma


Cidade do Vaticano, 23 mar 2016 (Ecclesia) – O Papa Francisco vai celebrar o rito do lava-pés, na tarde de Quinta-feira Santa, com refugiados e refugiadas de vários países e religiões.

A celebração que marca o início do Tríduo Pascal, vai decorrer a partir das 17h30 (menos uma em Lisboa) no centro de acolhimento de requerentes de asilo de Castelnuovo di Porto, cerca de 30 quilómetros a norte do Vaticano, que recebe sobretudo jovens refugiados.


A cooperativa ‘Auxilium’, que gere o centro, disse aos jornalistas que foram escolhidos 8 homens e 4 mulheres, incluindo quatro nigerianos católicos, três ortodoxas da Eritreia, um hindu e três muçulmanos da Síria, Paquistão e Malí; trata-se de 11 migrantes e uma funcionária do centro, italiana.


O centro de acolhimento tem neste momento 892 pessoas, incluindo 554 muçulmanos e 239 cristãos, entre eles muitos coptas, num total de 26 nacionalidades.


O gesto de Francisco quer ser “um sinal simples, mas eloquente” de atenção pela condição dos refugiados, explica ao jornal do Vaticano o arcebispo Rino Fisichella, responsável pela organização dos vários eventos do Jubileu da Misericórdia.


“O Papa vai ajoelhar-se para lavar os pés a 12 refugiados, como sinal de serviço e atenção à sua situação”,acrescentou.


A decisão de celebrar esta cerimónia fora do Vaticano é já uma tradição no atual pontificado: em 2015, Francisco foi ao complexo de Rebibbia, onde o Papa lavou os pés a alguns detidos e a detidas de uma prisão feminina vizinha; em 2014, o pontífice argentino deslocou-se ao Centro ‘Santa Maria della Provvidenza’, da Fundação Don Carlo Gnocchi, destinado à reabilitação de pessoas com deficiência e idosos, em Roma; em 2013 esteve numa prisão juvenil da capital italiana.


Uma das mudanças promovidas pelo Papa Francisco, a nível litúrgico, foi a decisão anunciada este ano de modificar a rubrica do Missal Romano relativa ao lava-pés de Quinta-feira Santa, estabelecendo que a participação no rito não seja limitada só aos homens e rapazes.


O Missa Romano passa a deixar de fazer referência aos “homens escolhidos”, passando a falar nos “escolhidos entre o povo de Deus”, de maneira que os responsáveis pelas comunidades católicas “possam escolher um grupo de fiéis que representem a variedade e a unidade de cada porção do povo de Deus”.


OC


 


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