27/03/2016

PÁSCOA: REFLETINDO SOBRE O EVANGELHO

Pe. Raimundo Neto*

DOMINGO DE PÁSCOA, João 20, 1-9

Celebramos hoje, com todo júbilo, a Páscoa da Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo, a Páscoa – festa das festas, a maior de todas as festas do calendário litúrgico. A festa de hoje implica em morrer para a vida velha e desabrochar das sementes que podem germinar na direção da construção de uma vida nova. A celebração de Páscoa é o eixo de todo o ano litúrgico, de todas as celebrações de nossa igreja.


Neste domingo de Páscoa, meditamos sobre a verdade de que a morte não constitui a última e definitiva palavra sobre a existência humana. Assim como a última palavra não foi o ódio, mas o amor; a última palavra não foi a guerra, mas a paz; assim, também, a morte não foi a última palavra dada ao mundo, mas a vida plena dada por Cristo na sua ressurreição. A ressurreição significa para os cristãos o sinal de que as grandes aspirações da vida humana não são sonhos inúteis, pois a ressurreição de Cristo é o ponto central de nossa fé no ressuscitado; é um dom que carregamos como que em vasos de barro e podemos perdê-lo por vaidade intelectual. Foi, de um túmulo frio e escuro, do seio da terra que, a semente esmagada e pisada brotou vigorosa, triunfante. Desse triunfo foram quebrados os planos dos grandes, sobretudo das autoridades de Jerusalém, que o rejeitaram. A partir do túmulo vazio, tudo se revelou: Deus não abandonou Jesus de Nazaré. Deus estava do lado daquele que foi considerado maldito pela lei. Deus não deixou que a grama crescesse sobre a sepultura de Jesus, mas que todos os grilhões se rompessem e Ele emergisse para uma vida não mais ameaçada pela morte, mas selada pela eternidade.


Com a ressurreição de Jesus, aprendemos que o Cristianismo não se apresenta no mundo como uma religião que vive de saudade de um fato feliz do passado. Mas surgiu com o anúncio e a celebração de uma presença; a do Cristo ressuscitado. Com a ressurreição de Jesus, o cristão acredita que não existe mais utupia. Em grego utopia significa “que não existe em nenhum lugar”. Ele acredita somente na topia: “que existe em algum lugar”. A ressurreição vem ser para o cristão a realização plena de todas as potencialidades latentes na existência humana, sobretudo suas relações para com Deus, o outro e o cosmo.


O próprio evangelho da liturgia de hoje (Jo 20,1-9) vem expressar tudo o que afirmamos até agora. O túmulo vazio é a prova de que a vida triunfou, e o poder das forças do mal foi derrotado. É, no túmulo vazio, que nossa espiritualidade deve crescer no sentido de proclamar alto e bom som que Deus está vivo e ressuscitado em cada um de nós e, por isso mesmo, somos as pessoas mais felizes do mundo pois fomos capazes de conhecer e provar a fonte inexaurível de nossa salvação: Jesus Cristo Ressuscitado. Comprometemo-nos, irmãos e amigos, com o Deus ternura de nossa vida, no dia festivo da ressurreição, seguir os mesmos passos de Maria Madalena, no jardim e contemplar, com fé, o túmulo d ressuscitado.


Entreguemos, pois, a Deus, neste dia de júbilo, a festa de todas as Igrejas, a vida nova dos que foram batizados e peçamos a graça de caminharmos sempre em sua comunhão e sermos eternamente participantes de sua Páscoa.


*Pároco de São Vicente


PÁSCOA: REFLETINDO SOBRE O EVANGELHO

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