27/03/2016

«Urbi et Orbi»: Papa condena «violência cega e brutal» do terrorismo

Mensagem pascal lembrou vítimas de conflitos, refugiados e crises políticas, com referência a Moçambique


Cidade do Vaticano, 27 mar 2016 (Ecclesia) – O Papa condenou hoje no Vaticano a recente vaga de ataques terroristas, atos de “violência cega e brutal”, na sua tradicional mensagem pascal.

“A nossa proximidade [está] com as vítimas do terrorismo, forma de violência cega e brutal que continua a derramar sangue inocente em diversas partes do mundo, como aconteceu nos ataques recentes na Bélgica, Turquia, Nigéria, Chade, Camarões, Costa do Marfim e Iraque”, disse Francisco, antes de conceder a bênção ‘urbi et orbi’ [à cidade (de Roma) e ao mundo], algo que acontece nos dias de Páscoa e de Natal.


Ainda esta manhã, o Vaticano tinha divulgado a mensagem de condolências do Papa após o atentado no estádio de Iskanderiyah, no Iraque, que provocou dezenas de mortos.


A intervenção, desde a varanda da Basílica de São Pedro, evocou os homens e mulheres que deixaram a sua terra em busca de um “futuro melhor”.


Francisco lamentou que estes “grupos cada vez mais numerosos de migrantes e refugiados – entre os quais muitas crianças – que fogem da guerra, da fome, da pobreza e da injustiça social” encontrem muitas vezes “a morte ou a recusa dos que poderiam oferecer-lhes hospitalidade e ajuda”.


O Papa desejou que sejam construídos “caminhos de esperança para a querida Síria”, país “devastado por um longo conflito, com o seu triste cortejo de destruição, morte, de desprezo pelo direito humanitário e desintegração da convivência civil”.


“Confiamos ao poder do Senhor ressuscitado as conversações em curso, de modo que, com a boa vontade e a cooperação de todos, seja possível colher os frutos da paz e dar início à construção de uma sociedade fraterna, que respeite a dignidade e os direitos de cada cidadão”, apelou.


Depois de desejar “Boa Páscoa” às milhares de pessoas reunidas na Praça de São Pedro, o Papa passou em revista vários dos principais conflitos da humanidade, deixando votos de esperança e de paz para vários países africanos, incluindo Moçambique, “marcados por tensões políticas e sociais.


“Penso de modo particular no Burundi, Moçambique, República Democrática do Congo e o Sudão do Sul”, precisou.


O pontífice recordou que o mundo está “cheio de pessoas que sofrem no corpo e no espírito”, como é possível verificar nos “relatos de crimes brutais, que muitas vezes têm lugar dentro das paredes do lar”, e de “conflitos armados numa grande escala, submetendo populações inteiras a provas inimagináveis”.


A este respeito, aludiu às regiões da bacia do Mediterrâneo e do Médio Oriente, particularmente o Iraque, Iémen e Líbia.


Francisco convidou israelitas e palestinos a “construir as bases de uma paz justa e duradoura através de uma negociação direta e sincera”.


Em seguida, pediu uma solução “definitiva” para a guerra na Ucrânia, apoiando as iniciativas de ajuda humanitária, “entre as quais a libertação de pessoas detidas”.


O Papa recordou também as “difíceis condições” em que vive a Venezuela, apelando aos que têm nas suas mãos os destinos do país, “para que se possa trabalhar em vista do bem comum, buscando espaços de diálogo e colaboração ente todos”.


A mensagem de Páscoa renovou as preocupações ecológicas do Papa, com uma referência às “regiões afetadas pelos efeitos das mudanças climáticas, que muitas vezes causam secas ou violentas inundações”.


OC


 


«Urbi et Orbi»: Papa condena «violência cega e brutal» do terrorismo

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