20/01/2012

Vaticano: Cristianismo exige «aventura» pessoal contra o individualismo, diz o Papa

Bento XVI reuniu-se com milhares de membros do Caminho Catecumenal, aprovando as celebrações que acompanham o seu percurso catequético


Cidade do Vaticano, 20 jan 2012 (Ecclesia) – Bento XVI afirmou hoje no Vaticano que o cristianismo exige “a aventura pessoal” da busca de Jesus, para superar o “individualismo” e o “egoísmo” das sociedades contemporâneas, elogiando o exemplo dado pelos membros do Caminho Neocatecumenal.
“Nestas décadas de vida do Caminho, foi um vosso firme compromisso proclamar Cristo ressuscitado, responder às suas palavras com generosidade, abandonando muitas vezes as seguranças pessoais e materiais, deixando também o próprio país, enfrentado situações novas e nem sempre fáceis”, afirmou, perante cerca de seis mil pessoas, reunidas na sala de audiências Paulo VI.
Antes do discurso papal, o secretário do Conselho Pontifícios para os Leigos, D. Josef Clemens, tinha lido o decreto de aprovação às celebrações (não “estritamente litúrgicas”, segundo Bento XVI) que acompanham o percurso catequético dos neocatecumenais.
O Caminho Neocatecumenal é um itinerário de formação cristã que nasceu em Espanha, em 1964, por iniciativa do pintor e músico Kiko Argüello e da missionária Carmen Hernández.
“A Igreja acompanha-vos com atenção, num discernimento paciente, que compreende a vossa riqueza, mas procura também a comunhão e a harmonia de todo o corpo eclesial”, disse o Papa.
Esta decisão, que surge após 15 anos de estudo por parte da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, somando-se às anteriores aprovações dos Estatutos (2008) e dos 13 volumes do “Diretório Catequético” do Caminho Neocatecumenal (2011).

 
No encontro desta manhã, o quarto do género no atual pontificado, marcaram presença, entre outros, seis cardeais, mais de 30 bispos, centenas de padres e estudantes dos seminários ‘Redemptoris Mater’ e 1200 equipas de catequistas itinerantes.
Bento XVI enviou 17 famílias pertencentes ao Caminho Neocatecumenal em missão para locais com baixa ou nenhuma presença de católicos, como as comunidades aborígenes na Austrália e o Gabão, bem como para cidades europeias ‘secularizadas’ da Áustria, Bósnia-Herzegovina, Estónia, Eslovénia, Reino Unido ou França.
Kiko Argüello dirigiu um discurso ao Papa e a todos os presentes, sublinhando a “urgência” de “passar de uma pastoral sacramental a uma pastoral de evangelização” nas paróquias católicas.
O Papa João Paulo II (1920-2005) reconheceu o Caminho Neocatecumenal como “um itinerário de formação católica válido para a sociedade e os dias de hoje”.
Atualmente, o movimento está presente em mais de 100 países, incluindo Portugal e algumas nações tradicionalmente não cristãs, como China, Egito, Coreia do Sul ou Japão.
OC

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